COMO NA ILHA, O VITÓRIA CHEGOU AO QUE JÁ SE TEMIA HÁ VÁRIOS JOGOS, MAS QUE TODOS PROCURAVAMOS FECHAR OS OLHOS PARA NÃO VER...

I - Foi mau... terrivelmente mau! Ainda pior do que ocorrido frente ao Casa Pia ou Estrela da Amadora, ou até os agónicos minutos contra um fraco Mladá Boleslav que a todos deixaram de coração na boca.

Porém, ao menos aí, houve uma centelha de atitude, um lampejo de qualidade, um piscar de desequilíbrios que permitiram com que os Conquistadores fossem sobrevivendo, ainda que já não vençam longe do D. Afonso Henriques para o Campeonato desde o jogo de Braga.

II - Contudo, já tínhamos escrito que os momentos de exaltação já tinham passado. Para além da questão física que merecerá a questão de saber se a gestão de esforço está a ser realizada de modo consciente (bastará ver as dificuldades apresentadas por João M Mendes, Tomás Handel ou percepcionada na falta de discernimento consubstanciado no modo como Tiago Silva perdeu a bola no lance do golo açoriano), é preocupante o modo estereotipado, repetitivo e sem ideias novas com que este Vitória joga.

III - Na verdade, Rui Borges demonstrou, desde o primeiro momento que chegou a Guimarães, qual era a sua filosofia de jogo. As suas crenças. O seu sistema. Porém, nada nem ninguém deverá viver no dogmatismo. Na crença inabalável de um sistema que todos os adversários já perceberam como anular. Na incapacidade de surpreender com algo ousado, sendo as substituições praticamente um disco riscado e cujas odds de acerto deverão andar no 1.01, atendendo a serem quase sempre as mesmas.

IV - Hoje, nos Açores, perante uma equipa que quis mais, que correu mais, que foi de modo mais decidido aos duelos, o Vitória terá batido de frente contra todas as fragilidades da equipa e do seu treinador. Foi um conjunto abúlico, que não criou uma oportunidade em 90 minutos. Foi um conjunto que não percebeu o jogo, nem sequer o estado do relvado, procurando jogar com sapatos de ballet, quando se exigia botas de trabalho, muito influenciado pela atitude de um treinador que ao ver o barco ir ao fundo, esperou 70 minutos para mexer na equipa.

V - Num cenário assim, o golo açoriano fruto do referido erro de Tiago Silva, que ainda teria outro momento de descontrolo, quando, inopinadamente, no final da partida foi expulso, foi o que se previa desde as fases iniciais da partida. Uma partida em que o Vitória nunca foi capaz de agredir o adversário. Mais do que isso, nunca foi capaz de se adaptar para colocar problemas diferentes ao seu oponente, tornado, por muito que nos custe, o resultado injusto...por escasso!

VI - O campeonato parará uma semana. Uma semana útil para todos reflectirem. Rui Borges em novas soluções que possam voltar a tornar a equipa naquele conjunto que encheu de esperança e orgulho todos os adeptos. Os jogadores na atitude a colocar em campo, sendo certo que como diria Jaime Pacheco "quando não se pode tocar violino, toca-se bombo". E, em conjunto, perceberem que a boa campanha na Liga das Circunferências é algo que enche de orgulho os adeptos, mas se a mesma se conjugar com um campeonato mediano, esvair-se-á como um balão... e a título de alerta, que todos se lembrem que o bom campeonato da pretérita temporada fez-se com êxitos nestes jogos, em que se somou pontos atrás de pontos contra conjuntos de menor dimensão.

VII - Mais do que isso, importará lembrar o defendido à exaustão nas últimas assembleias-gerais (do clube e da SAD). Falamos da necessidade de existir sucesso desportivo para projectar financeiramente o clube. Na obrigatoriedade de novos apuramentos europeus. Ou seja, quase uma aposta no incerto para se ganhar a certeza de poder-se respirar. Para isso, há que vencer, pois uma bela carreira europeia não garantirá novos apuramentos, mas uma óptima interna permitirá isso. Urgirá reflectir, atento o cenário apresentado aos sócios, qual será a máxima prioridade neste momento...

VIII - VIVA O VITÓRIA...ainda que com o coração a agoniar com estes dilemas!

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