COMO EM ELVAS, NO ALENTEJO PROFUNDO, A EQUIPA DE BASQUETEBOL VITORIANA A TODOS SURPREENDEU E GANHOU A PRIMEIRA TAÇA DE PORTUGAL DO CLUBE

O ano de 2008 foi memorável para as cores vitorianas. Assim, para além do belo terceiro lugar no campeonato nacional de futebol com direito a apuramento para a pré-eliminatória da Liga dos Campeões e a conquista do campeonato nacional de voleibol, o basquetebol também fez história.

E fê-lo de modo surpreendente, pois ninguém esperava que uma equipa a a actuar na Proliga, o principal escalão do basquetebol não profissional português, fosse capaz de bater o pé às melhores equipas portuguesas e com norte-americanos pagos a peso de ouro.

Verdade seja dita que o caminho rumo ao final-eight a disputar na alentejana Elvas, até nem foi difícil. Na segunda eliminatória da prova rainha da modalidade os Conquistadores bateram facilmente o Maia Basket por 100-68, para na subsequente arrasarem o Vila Pouca de Aguiar por 100-62.

Com a histórica presença na fase decisiva a um jogo, a equipa orientada por Fernando Sá não vacilaria e bateria de modo concludente o Vagos por 91-76. O caminho para o Alentejo estava trilhado e Elvas, local das decisões, poderia preparar-se para receber a equipa Conquistadora, que apesar de jogar nos quartos de final contra uma equipa do seu campeonato, ainda que também das melhores, a Física de Torres, sabia que, caso a ultrapassasse, teria de enfrentar os melhores conjuntos nacionais.

Assim, a 03 de Abril de 2008, no Coliseu José Rondão Almeida, a equipa onde pontificavam nomes como Tommie Eddie, John Winchester, Carlos Fechas ou Pedro Silva, entrou em campo pela primeira vez para uma terrível batalha que venceria por dois pontos, que foi a maior vantagem obtida naquele inesquecível fim de semana. Assim, o resultado final de 77-75 levava a que a equipa vitoriana marcasse encontro nas meias-finais da prova frente a, nada mais nada menos, a campeã nacional, Ovarense. O favoritismo estava todo do lado da equipa vareira! Seria o primeiro de dois dias épicos, com a equipa vitoriana a trincar a língua, a colocar toda a agressividade defensiva em campo, a agarrar-se aos ressaltos como se deles dependessem a vida dos seus atletas para fazer a todos abrir a boca de espanto. O Vitória venceria por 75-74 e estava na final da Taça de Portugal, após bater o, então, bicampeão nacional de basquetebol e que iria fazer o tri no mês seguinte perante o FC Porto... que seria o adversário da equipa vitoriana no jogo decisivo.

Nesse Domingo, dia 06 de Abril, com todos os vitorianos de olhos postos na equipa, até porque o conjunto de futebol houvera actuado na Sexta-feira anterior em Paços de Ferreira (aquele golo de Wesley no último minuto, terá custado, provavelmente, o apuramento directo para a Liga dos Campeões), assistiu-se a mais um recital de crença dos gigantes com o Rei ao peito.

O Vitória, de modo brilhante liderou a partida até à entrada no seu último quarto. Como escreveu o jornal Público "Aqui, houve uma mudança, com o FC Porto a passar para a frente do marcador - chegou aos 52-59 e parecia ter assegurado o 12.º título na competição. "

Porém, os Conquistadores ainda teriam uma palavra a dizer, já que "A sete minutos do fim, o cenário inverteu-se com duas faltas sucessivas de Julian Terrel e com apenas 1m16s para jogar a equipa treinada por Alberto Babo deixou escapar uma vantagem de quatro pontos." Estava tudo em aberto e quando os espectadores já se preparavam para o prolongamento (o que já era um feito, atendendo às diferenças, pelo menos no papel entre as equipas) "Terrel fez uma falta desnecessária e Carlos Fechas, depois de falhar a primeira oportunidade, não desperdiçou a segunda."

A 4 segundos do fim, o Vitória estava à frente do marcador e teria de defender com unhas e dentes e seria com essa raça que haveria de impedir o lançamento do base João Figueiredo aterrar no cesto.

No final da partida, Fernando Sá, o treinador, haveria de reconhecer que "só em sonhos imaginou que poderia levantar o troféu..." Porém, a história estava feita e haveria de fazer parte integrante das mais belas gestas vitorianas.

Postagem Anterior Próxima Postagem