A temporada de 2007/08 foi inesquecível.
Sob o comando de Manuel Cajuda, os Conquistadores fizeram temporada inesquecível, a ponto de conquistarem um fantástico terceiro posto que lhes abriu as portas para a pré-eliminatória da Liga dos Campeões.
Porém, uma das histórias mais pitorescas e curiosas daquela época, ocorreu nos confrontos com o Nacional da Madeira, treinado pelo sérvio Slavisa Jokanovic.
Assim, após a equipa de Manuel Cajuda ter batido os nacionalista na primeira volta do campeonato, com extraordinário golo de Tiago Targino, as duas equipas, meses depois, voltaram a encontrar-se no D.Afonso Henriques, para desafio da Taça de Portugal. O Vitória voltaria a vencer, graças a um golo solitário do capitão Flávio Meireles, num jogo desprovido de qualquer questão.
Contudo, tal não foi a opinião do técnico madeirense, que, desde logo, que afirmou que “quando o Vitória for à Madeira darei um prémio ao plantel. Perdemos para o campeonato e pelo mesmo resultado, mas de uma coisa estou certo: quando eles forem à Madeira, não vou precisar que, ao intervalo, o presidente vá ao balneário prometer um prémio, porque eu vou pagar do meu bolso um prémio aos jogadores para que os vençam.”
Decorridos quatro jogos, num Sábado à noite, dado ao regresso de D. Sebastião, atento o nevoeiro, o jogo seria interrompido passados trinta minutos, por inexistirem condições de visibilidade, devendo o remanescente da contenda ser disputado durante a tarde do dia seguinte.
Nesse dia, nos dias de menor inspiração de uma época feliz, o Vitória sairia derrotado por uma bola a zero. Porém, pior do que isso, sucederia no final do jogo. Sem que nada o fizesse prever, o técnico da equipa da casa saiu a correr em direcção ao banco vitoriano, com o claro intuito de agredir Manuel Cajuda, o que foi impedido por todos os elementos do banco vitoriano que, prontamente, acorreram em socorro do seu técnico.
Para sua defesa alegou que “tudo começou em Guimarães. Ao intervalo do jogo da Liga, o Manuel Cajuda disse que, no final, me partia a cara. Fui ter com ele e disse-lhe que, se me queria partir a cara, tinha agora oportunidade. No túnel houve alguns empurrões, mas nenhuma agressão.”
Cajuda, esse, refutou a versão do sérvio e garantiu que “não me recordo de na minha vida desportiva ou de cidadão ter prometido pancada a alguém. Fala sobre esta afirmação o meu passado no futebol. Jokanovic insultou-me quando me chamou de filho da puta, cabrão e andas a fazer um campeonato com os árbitros todos comprados. Foi isto que eu ouvi. Tenho a agradecer aos meus jogadores e a muitos do Nacional o facto de não ter sido vítima de uma agressão que se perspectivava a qualquer momento.”
Face ao sucedido, o Vitória cortou, imediatamente, relações com o emblema madeirense, com fundamento no sucedido no desafio e na atitude de Rui Alves, presidente dos nacionalistas, que procurou “realizar uma tentativa desequilibrada de branquear os acontecimentos que são públicos, imputa factos falsos e escabrosos ao treinador do Vitória e à própria instituição.” Ficaria na história, o desejo de Emílio Macedo da Silva "em radiar o treinador adversário", algo que, obviamente, não sucedeu!