UMA PROVIDÊNCIA CAUTELAR A ESCONDER UMA MÁ ÉPOCA...

Aquela temporada de 2000/01 estava a ser terrível... dos sonhos de afirmação junto aos emblemas mais titulados, o Vitória estava a lutar para fugir aos lugares mais baixos da tabela. Um verdadeiro filme de terror que ninguém, nem um pessimista por natureza, era capaz de alvitrar.

Assim, ao terceiro treinador, depois de Autuori e Álvaro Magalhães terem fracassado, a esperança recaía em Augusto Inácio que, na temporada anterior, houvera sido campeão no Sporting.

Porém, apesar do início de Inácio ter sido auspicioso com um triunfo na Vila das Aves, a verdade é que o Vitória continuou a sentir dificuldades...principalmente, onde costumava ser mais forte, o seu "Castelo."

Assim, seria numa partida contra o Belenenses, orientado por um homem que mal entrou em campo mereceu calorosa saudação. Contudo, o jogo, pelo menos para o Vitória, seria tudo menos feliz... aliás, passou o tempo a correr atrás do prejuízo, após Tuck ter adiantado os Azuis do Restelo no marcador logo no início da partida.

O suspiro de alívio, esse, haveria de chegar aos 86 minutos, quando o neerlandês Sion respondeu da melhor maneira a um cruzamento do espanto Carlos Álvarez, empatando a contenda, para deixar o Vitória um ponto acima da linha de água.

Talvez influenciado pela má prestação do juiz Paulo Paraty, cuja decisão de apontar a grande penalidade a favor do adversário deixara muitas dúvidas, Pimenta Machado lançou uma verdadeira bomba. Depois de denunciar a existência de um "complot contra o Vitória: “Fomos prejudicados no Beira-Mar, no Salgueiros, em Braga, no Benfica e agora voltamos a sê-lo.” Por isso, "alertei o presidente da Liga para esta situação", mas nada seria resolvido, pois "há na Liga um nepotismo lamentável com clubes a serem empurrados para baixo, como é o caso do Vitória, enquanto outros são puxados para cima."

Depois das críticas, lançaria a bomba. Avançaria com uma providência cautelar, a fim de impugnar o campeonato, pelo facto de terem apresentados declarações falsas ao fisco. Com isto, pretendia que não existisse homologação do campeonato.

Não obstante isso, desta intenção não mais se falaria... porém, o Vitória, in-extremis, acabaria de se salvar do pesadelo e todos respirariam de alívio, sem necessidade de impugnações!

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