Bwalya era um jovem zambiano que N'Dinga, depois de terminar a carreira de jogador e sendo investido na de olheiro, descobrira.
Médio ofensivo de potencialidades, segundo a lenda vitoriana, chegou a Portugal no início de 1998. Numa altura em que não existia equipa B, e não tendo o Vitória, ainda, qualquer equipa satélite, e por ter, apenas, 17 anos e tendo sido abandonado pelo seu tutor, não pôde ser inscrito na equipa vitoriana
Porém, a bem da verdade, diga-se que os primeiros treinos deixaram "água na boca a quem a eles assistiu." Bwalya era o denominado talento selvagem, com recursos técnicos acima da média e com uma magia irreverente capaz de desmontar qualquer defesa.
Apesar disso, a "luz do jovem" começou a apagar-se no início da época de 1998/99, quando o sérvio Zoran Filipovic assumiu a equipa. Ao contrário do esperado, não se enamorou pelas potencialidades do jogador, obrigando o Vitória a procurar uma solução para continuar a desenvolver as suas potencialidades.
E, aí, começou o malogro de Bwalya. Com efeito, na altura, o Vitória houvera realizado um protocolo com a Associação Desportiva de Fafe, levando a que o treinador, Manuel Machado, e vários jovens como Nuno Claro, Alex, Primo, Flávio Meireles, Ricardo Fernandes e Armando, entre outros, passassem a militar no clube que actuava na, então, II Divisão B. Porém, ao contrário dos seus colegas, sendo alguns deles singraram no principal escalão do futebol português, recusou tal situação.
Para tentar não perder a "pérola", o Vitória, como recurso, conseguiu ir mais além. Emprestou-o ao Sporting de Espinho da II Liga, mas cedo se percebeu que seria incapaz de se adaptar aos espinhenses. Faria uma época apagada, sem qualquer rasgo, actuando apenas em dois jogos para regressar a Guimarães, onde Quinito, a preparar a época de 1999/2000, disse claramente não pretender contar com o jogador, até pelo facto deste ser propenso a diversas lesões de índole muscular.
Com o sonho despedaçado, com alguns salários em atraso que deveriam ser pagos pelo SC Espinho, passou a alimentar, apenas, um sonho: regressar ao seu país, mas com uma condição...receber na totalidade as duas temporadas que, ainda, tinha de contrato com o Vitória, algo que os responsáveis vitorianos não concordavam.
Nessa altura, ficou famosa a permanência do jogador às portas da sede do Vitória, sem que ninguém o recebesse. Depois de ter sido colocado à experiência no Sandinenses, seria novamente chamado pelo Vitória. Não conseguiu, contudo vingar, acabando dispensado, após a instauração de um processo disciplinar por ter discutido de forma violenta com Rogério Gomes, olheiro do Vitória.
Acabaria, por isso, por recorrer ao Departamento de Contencioso do Sindicato dos Jogadores para tentar uma solução extrajudicial com Pimenta Machado.
Uma estrela que nunca o chegou a ser...