Foi quase record...
A passagem de Álvaro Magalhães, ao comando técnico do Vitória na temporada de 2000/01, assemelhou-se a um meteorito. Na verdade, o treinador contratado para assumir o lugar de Paulo Autuori, apenas, foi capaz de estar ao leme da nau vitoriana por três meses e uma semana; ou seja de 21 de Novembro de 2000 a 27 de Fevereiro de 2001.
Contratado, depois do péssimo arranque do brasileiro, que houvera construído a equipa, prometia que "estou aqui para ganhar os jogos e a confiança que a direcção do Vitória depositou em mim", não fosse proveniente do Gil Vicente que, no ano anterior, ficara no quinto posto da tabela, mas que nesse ano contava, apenas, com um êxito. Para isso suceder, prometia "muito trabalho, mas também, "fazer tudo para que esta equipa seja capaz de fazer coisas boas." Pimenta Machado, esse, procurava dar confiança ao treinador garantindo que o treinador fora a sua primeira escolha e só não houvera sido técnico do clube mais cedo por "razões extrínsecas à sua vontade."
Contudo, a experiência de Álvaro correria do pior modo possível, começando quase como um cliché desses anos. Com efeito, a alinhar com Cândido; Abel, Auri, Márcio Theodoro, Rogério Matias; Fredrik, Paiva, Lima, Fangueiro; Sérgio Júnior e Edwin Congo, o Vitória seria eliminado da Taça de Portugal pelo Moreirense...ainda que, ao contrário das outras vezes, o jogo se desenrolasse em Moreira de Cónegos. Os Conquistadores estiveram a vencer por três bolas a duas, mas acabariam por perder por quatro a três.
Era o início de um período terrível em que o treinador demonstrou ser um verdadeiro "erro de casting". Completamente desenquadrado da filosofia vitoriana, sem conhecer as potencialidades da equipa, afundou-se numa espiral terrível em que, em 11 jogos, apenas venceu em Campo Maior, graças a um tento de William.
No final de uma derrota caseira por duas bolas a uma frente ao Salgueiros, de nada valendo o tento solitário de Sérgio Júnior, o chicote voltou a estalar no Vitória. Com efeito, nem podia ser de outra forma, atendendo ao tumultuoso final de jogo com o clube portuense. Assim, "alguns associados deslocaram-se para a zona de saída dos balneários, onde demonstraram o seu descontentamento. Os jogadores do Vitória ainda fizeram uma primeira tentativa para saírem das instalações, mas devido aos protestos dos associados voltaram a entrar, de onde só saíram hora e meia depois."
Passados onze jogos e, apenas, um triunfo, o treinador partia, levando Pimenta a procurar um treinador de créditos firmados. A escolha haveria de recair no, então, campeão nacional, Augusto Inácio.
Mais uma vez a aposta mais acessível aos cofres, saiu cara...economicamente e, acima de tudo, desportivamente!