COMO O PESADELO DE BARCELOS QUASE SELOU O DESTINO DE ÁLVARO MAGALHÃES, NUNCA CAPAZ DE SE AFIRMAR NO VITÓRIA...

Aquela temporada de 2000/01 foi uma verdadeira desilusão...

A aposta em Paulo Autuori como treinador com plenos poderes não dera os resultados desejados, ainda que algumas polémicas arbitragens não ajudassem os Conquistadores a afirmarem-se nos primeiros lugares da tabela.

Por isso, após uma goleada frente ao Benfica de Mourinho, o brasileiro abandonou o Vitória pela segunda vez na sua carreira, para ser substituído por Álvaro Magalhães. Porém, este nunca seria feliz, só sendo capaz de triunfar por uma vez, em Campo Maior, nos onze jogos em que orientou a equipa. Duraria, assim, rigorosamente três meses no banco do Vitória e com alguns momentos embaraçosos... como a eliminação na Taça de Portugal frente ao Moreirense ou o pesadelo de Barcelos, numa profunda ironia atento o Vitória ter ido ao Gil Vicente contratá-lo como salvador.

Nesse 08 de Fevereiro de 2001, já se pressentia que o técnico fosse incapaz de dar a volta a um texto que se escrevia de modo preocupante e infeliz. Mas, aquela partida perante um Gil Vicente abaixo da linha de água, revestia-se de uma imperiosa necessidade de vencer para afugentar temores de uma despromoção que já se temia. Assim, nesse dia, Tomic; Abel, William, Marco Couto, Rogério Matias; Paiva, Fredrik, Geraldo; Fangueiro, Manoel e Sion entraram em campo decididos a conquistar mais um triunfo fora de portas, já que o derradeiro obtido, como já escrevemos, tinha sido bem longe de Guimarães, no longínquo Alentejo.

Porém, como escreveu o Povo de Guimarães de 23 de Fevereiro de 2001, "em Barcelos, o Vitória não foi feliz, numa partida que teve duas partes distintas, cada uma com ascendente de diferentes equipas." Na verdade, o Vitória dominaria a primeira metade, até aquele famigerado minuto 40 em que, segundo o jornal do Vitória, " uma bola bombeada para a área vimaranense, com Abel incompreensivelmente a cometer um erro infantil, quando de costas para a baliza cabeceou para trás, introduziu a bola dentro da sua própria baliza, batendo assim o alemão Tomic."

Estava feito o primeiro golo, que deixava antever que a segunda parte poderia ser complicada, atento o défice psicológico dos vitorianos. Assim o seria, sendo como escreveu o próprio jornal do clube, "o descalabro total."

Ainda que Romano Sion marcasse o golo vitoriano quando a equipa já perdia por duas bolas sem resposta, os últimos dez minutos da partida foram agonizantes, com os Conquistadores a sofrerem mais dois tentos, para perderem por quatro bolas a uma, num desafio que o próprio treinador considerou que "foram erros a mais para uma equipa que anda na alta competição ... O Vitória dominou a partida, podia ter resolvido a questão na primeira parte e depois acabou por perder e sofrer golos por erros que na alta competição se pagam caros.” Acabaria, resignado, e ainda sem saber que o seu destino estava praticamente traçado, recebendo a sentença do despedimento após a derrota em casa com o Salgueiros na jornada seguinte, " portanto, não há nada mais para dizer, temos que levantar a cabeça e pensar nos próximos jogos."

Um verdadeiro pesadelo...

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