Como dizem os estatutos do Vitória, o clube "assumiu as cores preto e branco, numa alusão à igualdade e à admissão de todos, sem distinção de raças".
Ou seja, no Vitória cabem todos, independentemente de preferências políticas, sexuais e sempre respeitando as ideias dos demais de forma igual, quase como que a reforçar o velho ditado que reza que "é mais forte aquilo que nos une, do que aquilo que nos separa."
Tal foi verdadeiramente posto à prova nas eleições presidenciais de 13 de Fevereiro de 1949, em que Óscar Carmona, candidato do regime, apresentou a sua recandidatura, sofrendo a oposição de José Norton de Matos que representava o Movimento da Unidade Democrática.
No Vitória, as suas principais figuras dividiram-se... numa altura em que ter opinião diferente era um verdadeiro imbróglio. Assim, desde logo, duas grandes figuras do Vitória, António Faria Martins (que seria importante no clube até à data da sua morte, no início da década de 80) e José Pinto Rodrigues (que já fora presidente do clube) resolveram apoiar o candidato da oposição. Ao invés, o presidente do clube, Antero Henriques da Silva, o presidente do Conselho Fiscal, Alberto Costa Guimarães e o capitão Curado apostavam na continuidade, dando apoio a Carmona.
Norton de Matos haveria de desistir das eleições por considerar que não existiam condições para considerar que estas decorressem de forma isenta.
Porém, apesar da polémica, a amizade pessoal entre todos os intervenientes que deram a cara pelos seus candidatos permaneceu, servindo o Vitória como um foco de união indissolúvel e mais importante do que todas as outras questões.
O Vitória sempre esteve acima de dissensos e discordâncias políticas!