QUANDO TODAS AS APOSTAS FALHAM...

Aquela temporada de 2000/01 era de ruptura...

Depois do corte doloroso da ligação umbilical com Quinito, Pimenta Machado resolveu apostar forte. Tal aposta passou pelo regresso de Paulo Autuori, treinador que houvera conquistado um quarto lugar na temporada de 1989/90 ao serviço do clube e que, depois de partir, sagrara-se campeão brasileiro ao serviço do Botafogo.

Fruto desse manancial de confiança, o presidente vitoriano terá feito o que poucas vezes fez enquanto liderou o clube. Deu carta branca ao treinador para trazer os nomes que entendesse por bem, quase que assumindo o papel de "treinador à inglesa", podendo contratar e vender. Tal entusiasmo na construção da equipa, levou-o mesmo a citar os exemplos do Deportivo da Corunha e do Bayer Leverkusen que iam reduzindo, naquela altura, distâncias para os emblemas mais titulados, concluindo que nada impedia que o Vitória, em Portugal, pudesse fazer igual.

Por isso, apostou em jogadores que conhecia bem do seu país. Para além do defesa central Paulão, que jamais demonstrou capacidades para liderar o último reduto vitoriano, apostou em três avançados brasileiros do qual dizia maravilhas: Maurílio, proveniente do Juventude, Manoel emprestado pelo PSV Eindhoven e Sérgio Júnior, que depois de um curto período à experiência, mereceu o assentimento do técnico para assinar pelo clube.

Eram três pontas de lança que todos esperavam que pudessem levar o Vitória à glória! Porém, juntos ficaram-se pelos 8 golos, numa manifestação que nem sempre as expectativas criadas se confirmam.

Manoel lesionar-se-ia logo na primeira jornada da época em Braga, graças a uma entrada assassina de Artur Jorge, actual treinador do rival. Recuperaria algum tempo depois, para apontar dois golos na temporada, frente a Marítimo e Beira-Mar.

Maurílio apontaria igual número de tentos, um no triunfo em Alverca e outro no empate perante o Desportivo das Aves, abandonando os Conquistadores em Janeiro de 2001, para regressar a casa.

Por fim, Sérgio Júnior ficou-se pelos quatro golos, destacando-se pelo bis ao Estrela da Amadora no triunfo por quatro bolas sem resposta e pela difícil relação que muitas vezes manifestou com a bola.

Numa tentativa de remediar um pleno de apostas falhadas, Autuori ainda apostou no colombiano Edwin Congo, que chegou emprestado pelo Real Madrid. Apesar de Apesar de confessar que não o conhecia, Autuori avalizou a contratação pelo facto de o jogador já ter actuado na Copa dos Libertadores. Apenas, jogou 12 partidas, marcando cinco golos, rumando a França.

Com tantas apostas falhadas, era impossível fazer melhor, sendo a temporada salva por um tal de Romano Sion que, com seis golos na segunda volta, ajudou a evitar a despromoção... num ano em que todas as apostas preconizadas por um treinador que abandonou a equipa à décima segunda jornada falharam!

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