segunda-feira, 7 de outubro de 2024

QUANDO MARINHO LEVOU O VITÓRIA ÀS ANTAS, A SONHAR COM O TÍTULO...

O ano de 1987 começara há pouco e a época de 1986/87 conhecia a segunda jornada da segunda volta.

Depois de uma primeira fase, em que o Vitória, apenas, fora derrotado na Luz, todos os sonhos eram possíveis!

Para isso, importava rumar às Antas, casa do FC Porto, na antecâmara de se sagrar campeão europeu, de peito em feito, de espada em riste, sem medos e com muita ambição. A ajudar a essa ambição, poderemos dizer que Guimarães ficou deserta. As ruas ficaram ao abandono. Cerca de 20 mil vitorianos fizeram a curta viagem até à Cidade Invicta em busca de um triunfo que pudesse legitimar um sonho lindo chamado título.

Atrás da baliza, uma enorme, imensa, mancha branca a apoiar os homens de Marinho Peres, que jogavam o melhor futebol que o país viu nesse ano... a ponto de dar banhos de bolas ao futuro campeão nacional (o Benfica) de fazer dois extraordinários desafios com o futuro campeão europeu (o FC Porto) e de deixar o Sporting aturdido com o festival que levou no Municipal, em 45 minutos que, ousamos dizer, terão sido ao nível dos melhores que se viram na história do futebol português.

Por isso, naquele 11 de Janeiro de 1987, o Vitória voltou a ser imenso, extraordinário, de uma coragem ímpar. Em vez de entrar expectante, os Branquinhos entraram de rompante, a empurrar o adversário para o seu último reduto, que de surpresa, se viu subjugado em sua própria casa. Por isso, foi sem espanto que o eterno ídolo, Paulinho Cascavel, abriu o activo, batendo o malogrado Zé Beto.

Assim, se chegaria ao intervalo. Uma pausa de esperança, em que nas bancadas se pronunciou a palavra título, se assumiu um Vitória ao nível das melhores equipas europeias...e se sonhou, muito, muito!

Porém, a segunda metade trouxe um FC Porto diferente. A querer puxar dos galões. Juary empataria a contenda logo no seu reinício. Mas, nada, que afectasse a coragem e as certezas vitorianas. Com Ademir a pincelar de magia o último reduto, N'Dinga, naquele seu jeito inimitável a empurrar a equipa para a frente, e Jesus a voar, Paulinho Cascavel faria o que melhor sabia e o que tanto fez nesse ano...golos, o do dois a um, o de um sonho quase a tornar-se realidade.

Todavia, assim não seria. Casagrande em jogo de estreia haveria de igualar um extraordinário jogo, talvez, dando-lhe um toque de injustiça. Injustiça, essa, realçada pelo golo anulado pelo árbitro Rosa Santos e que poderia ter sido o de um espectacular triunfo e o da arrancada rumo ao ceptro nacional.

Porém, o Vitória fora grande, imenso, capaz de orgulhar aquelas bancadas pintadas de branco... e caminhava imparável para, provavelmente, a temporada mais inesquecível da sua centenária história!

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