COMO O VITÓRIA SONHOU UMA AMPLIAÇÃO DA SUA CASA PARA 50.000 LUGARES

Aquela temporada de 1986/87 fez o entusiasmo vitoriano disparar para níveis estratosfércos.

Na verdade, o conjunto treinado por Marinho Peres encantava os apaixonados pelo desporto-rei, arrastando multidões pelo país fora e pelo estrangeiro, numa clara manifestação de paixão e de crença. Na verdade, como referia o Jornal do Vitória de 13 de Março de 1987, "o Vitória tem hoje cancelados muitos pedidos de admissão de sócios das bancadas central, lateral e superior. Porquê? Naturalmente porque o espaço destinado a cada sector não comporta mais pessoas".

Atento a estes factos, o Vitória, liderado por Pimenta Machado, tentou dar um passo em frente, que passou pelo facto do Vitória tentasse que o estádio fosse ampliado. Assim, "pensou-se na instalação de uma bancada provisória de tubagem metálica. Contudo, mais vale investir de uma vez só e a a construção de bancada no topo norte que ligue a bancada lateral ao superior é medida que se justifica plenamente".

Tal investimento passou pela apresentação de um projecto que visasse a "construção de uma bancada em torno do estádio, semelhante à da bancada central, com excepção da zona do peão", apesar de contar com a resistência de "alguns urbanistas já que a continuação do Estádio e a sua ligação integral impediria a visibilidade do Castelo da cidade-berço".

Para que essa ampliação fosse real, seria necessário trabalhar por fases. Assim, "a primeira consistiria na construção imediata de uma bancada no topo norte com capacidade para 10 mil lugares. Na segunda fase, seria o rebaixamento da área de jogo com a transladação do tapete de jogo para poente até ao limite da bancada central. O topo sul seria adaptado de modo a permitir o aumento da sua capacidade para 17 mil lugares, construindo-se em sistema de rampa, como é o caso do estádio do Borussia, em que o espaço é rentabilizado e devidamente aproveitado. Na terceira fase seria a construção da bancada no lado nascente... aí mais 10 mil lugares. Finalmente, a quarta e a última fase seria a ampliação das instalações e vestiários actuais, criando ainda áreas de apoio como salas de imprensa, recepção, conferências, etc...”

Com este ousado modelo, o recinto veria a sua capacidade aumentada em 20000 lugares, "o que daria um estádio capaz de receber cerca de 50 mil espectadores", a troco de 350 mil contos. Um projecto ousado, pois, mas justificável pelas autênticas multidões que, naquele ano, seguiam o Vitória, em manifestações de irrepreensível e inelutável fé.

Porém, jamais veria a luz do dia. Seria construída a bancada Norte, que ficou conhecida pela Bancada da Benetton, para, posteriormente, o recinto, já na propriedade do Vitória, beneficiar dos melhoramentos decorrentes da realização do Campeonato Mundial sub-20.

Quanto aos 50 mil lugares, jamais voltariam a ser equacionados...

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