OS TREINADORES BRASILEIROS DA HISTÓRIA

Nas fotografias apresentamos, provavelmente, os três treinadores brasileiros com maior sucesso no Vitória: Marinho Peres, Paulo Autuori e Jorge Vieira.

Assim, apesar do Vitória ter começado a apostar no mercado brasileiro, aquando da queda na Segunda Divisão em 1955/56, com a chegada de Ernesto Paraíso, a que se seguiram as contratações de Carlos Alberto e de Edmur, a verdade é que no que toca a treinadores por poucas vezes os Conquistadores recorreram ao mercado canarinho.

Assim, a primeira vez que o Vitória apostou num treinador brasileiro, acertou em cheio. Foi na época de 1968/69, com Jorge Vieira a conquistar um extraordinário terceiro lugar. Porém, Vieira não fora recrutado no Brasil. Desde a época de 1965/66 que trabalhava em Portugal, mais especificamente no Belenenses.

Como consequência da boa aposta e pelo antigo treinador ter partido, o Vitória na época subsequente voltaria a tentar a sorte com um técnico canarinho. Falamos de Gilberto Carvalho, conhecido por Giba, que, apenas, estaria por dois jogos no comando técnico da equipa. Fruto de problemas de saúde, abandonaria o clube, após ter sido goleado na Luz e empatado em casa com o Varzim. O técnico que devia lidar os Conquistadores na primeira experiência europeia tinha de abandonar o leme, regressar a casa... para morrer três meses depois.

O ano seguinte traria nova aposta em Jorge Vieira. Este, haveria, pois de voltar, para nem sequer concluir o exercício. Fruto de um plantel envelhecido, afectado por algumas lesões, Vieira esgotou o capital de confiança acumulado na sua primeira passagem, sendo despedido a meio do campeonato.

Passariam 17 anos para o Vitória voltar a apostar num técnico canarinho. Ou melhor numa dupla que entrou pelas portas da história dos treinadores vitorianos. Falamos de Marinho Peres e de Paulo Autuori, cada um com duas passagens, sendo uma extraordinária e outra pautada pelo inêxito. Assim, na liderança de Peres, o Vitória conquistou um extraordinário terceiro posto e sonhou com uma conquista europeia, tendo chegado aos quartos de final da Taça UEFA. Partiu para regressar em 1992/93, não tendo concluído a temporada, comprovando que, muitas vezes, os regressos a Guimarães são difíceis. O mesmo ocorreu a Autuori, que fora adjunto de Peres, voltou como treinador principal em 1989/90 para conquistar um bom quarto lugar e demitir-se no início da época 90/91. Porém, voltaria, dez anos depois... para nem sequer concluir uma volta do campeonato, na última vez que o Vitória foi orientado por um treinador brasileiro.

Depois de Marinho Peres em 1986/87, seguiu-se René Simões. O homem que levou Pimenta a proferir a mítica frase " o que hoje é verdade, amanhã pode ser mentira". Atento o futebol apresentado esteve para durar apenas quatro jogos e ser despedido após uma derrota caseira frente ao homónimo sadino. Sobreviveu para o presidente mostrar poder perante os jornalistas, para sair à nona jornada, após a melhor exibição da equipa por si orientada e que culminou num empate a dois no Sporting.

A época de 1988/89 trouxe um dos únicos títulos conquistados pelo clube e logo com um técnico proveniente do país irmão a orientá-lo. Sob o comando do Professor Geninho, o Vitória fez um campeonato mediano, mas venceu a Supertaça Cândido de Oliveira, num momento que entrou para a história do clube.

Foram, pois, apenas sete os treinadores brasileiros que se sentaram no banco vitoriano em mais de cem anos de história. Qual será o próximo, sendo certo que, como os números indicam, a aposta em treinadores do lado de lá do Atlântico reduziu-se, sucedendo o inverso? Bastará citar os nomes de Jorge Jesus, Luís Castro, Ivo Vieira, Pepa, todos técnicos que orientaram o Vitória e trabalham ou trabalharam no principal campeonato canarinho.

Deixamos, aqui, o esquema:

- Jorge Vieira - 1968/69 e 1970/71 - 49 jogos; um terceiro lugar e um despedimento;

- Gilberto Carvalho - 1969/70 - 2 jogos;

- Marinho Peres 1986/87 e 1992/93 - 66 jogos; um terceiro lugar, quartos de final da Taça UEFA;

- René Simões - 1987/88 - 9 jogos;

- Geninho 1988/89 - 39 jogos - Triunfo na Supertaça Cândido de Oliveira;

- Paulo Autuori - 1990/91, 1991/92 e 2000/01 - 55 jogos -Um quarto lugar.

 - Paulo Turra - 2023/24 - 6 jogos;

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