COMO A DIRECCÇÃO VOLTOU ATRÁS NO SEU PEDIDO DE DEMISSÃO, GRAÇAS A UM ÓRGÃO DE APOIO, E COMO (COMO TANTAS VEZES TEM SUCEDIDO) O VITÓRIA SAIU FORTEMENTE REVITALIZADO APÓS UMA CRISE!

O jornal Comércio de Guimarães de 26 de Maio de 1950 trazia o anúncio. Iria decorrer uma Assembleia-Geral "afim de ser apreciado o pedido de demissão da actual direcção e, possivelmente, ser nomeada uma Comissão Administrativa."

Na verdade, a demissão de Antero Henriques da Silva do cargo de presidente da direcção, pelo facto de sentir-se pouco apoiado, como foi explicado na referida Assembleia-Geral e que foi noticiada pelo sobredito periódico em 02 de Junho desse ano. Na verdade, "a Direcção (...) vai-se embora, porque não pode nem deve continuar a suportar, sózinha tão pezados encargos", uma vez que existia uma "diminuição de receitas, pois muitos sócios não pagavam as suas quotas e outros as mandavam anular." Assim, para continuar em exercício, deveriam os associados auxiliá-la moral e materialmente, já que "são grandes (...) as despezas a fazer, porque o Vitória precisa de se preparar para a nova época."

Porém, desde o momento em que a demissão foi apresentada sentia-se que tal não era o passo correcto a tomar. Na verdade, o já referido Comércio de Guimarães, em artigo datado de 26 de Maio, escrevia que " É tão fácil a crítica, mas é difícil encontrar valores que igualem, em boa vontade e sacrifício, os que teem gerido os interesses do Club Vimaranense." Por isso pedia-se para que todos exortassem à retirada do pedido de demissão, o que efectivamente se verificou.

Nesta reunião magna, ficaria famosa a intervenção do Engenheiro Alberto Costa que leu uma comunicação de Jorge da Costa Antunes que, "não sendo vimaranense, muito tem trabalhado pelo Vitória e por Guimarães" e que nesta houvera escrito que "o Vitória não póde ser Vitória sem a sua atual Direcção, e que Guimarães sem o Vitória e as Gualterianas, não poderia continuar a impor-se a Nacionais e a Estrangeiros." Por isso, terminou a fazer "um apelo à Indústria e ao Comércio, aqueles que mais recebem, com a sua vida, para que o subsidiem, como podem, como devem, como lhes cumpre, para que o Vitória possa continuar a singrar."

A Direcção seria assim persuadida a ficar em funções, mas passaria a continuar com o apoio de uma Comissão, que em conjunto com o órgão directivo, deveria "estudar a melhor forma de angariar os meios necessários à vida do Club", que tornou-se no verdadeiro leit-motiv da manutenção dos órgãos sociais.

Porém, no final, um curioso alerta, proveniente do presidente da Assembleia-Geral surgiria: "- É preciso que se proponham novos sócios, e que se tragam ao bom caminho os que andam transviados, pois é preciso que o Club tenha nova vida."

O Vitória saía revitalizado depois de uma crise...como, tantas vezes, tem ocorrido na sua história!

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