Era o ponto de sedução naquele início de temporada de 1964/65.
O Vitória orientado pelo argentino José Valle rumava pela primeira vez aos Estados Unidos para participar no Torneio Internacional de Nova York. Uma viagem que começou em Guimarães, às portas da sede da Rua D. João, e que levou os Conquistadores até ao aeroporto de Lisboa de autocarro. Aí, partiram rumo a Terras do Tio Sam, sendo a comitiva liderada por Fernando Roriz e por Celso Machado.
Nos Estados Unidos esperavam o Vitória, os desafios frente aos austríacos do Schwechater, os campeões da, então, Jugoslávia, o Estrela Vermelha de Belgrado, os polacos do Zaglebie e os gregos do AEK. Quatro adversários de escolas de futebol difusas contra quem o Vitória daria o melhor de si. Assim, contra os jugoslavos, uma equipa de extraordinária valia, empatou a um, perderia contra os austríacos por três bolas a duas e com os polacos por um golo sem resposta.
O êxito, esses, chegaria, graças a um triunfo por uma bola a zero contra o AEK Atenas, fruto de um tento de Mendes que, segundo o Notícias de Guimarães de 02 de Agosto de 1964, " não se imagina a sensação de prazer que nos trouxe este triunfo do Vitória (...). Fartos dessa glória em jogos anteriores, em que o triunfo ia-se-nos escapando como enguia em mão de pescador pouco hábil. Mas tinha de ser, o Vitória merecia sair dos Estados Unidos com grinalda que ultrapasse a fama de equipa que joga bem, dá prazer ao apreciador de futebol, mas queda-se aparentemente desinteressada do desfecho dum encontro, regalada, antes, com a troca de passes de bons catedráticos do futebol. Nós, os responsáveis, instigávamos-lo, os portugueses aqui fixados estimulavam-no e os jogadores queriam-no também, pois entendiam, que, sem ele, o mérito exibicional da equipa "soaria a falso"... pelo menos no Toural."
A equipa regressaria a Portugal com esse lenitivo, tendo à sua espera, no aeroporto lisboeta, Hélder Rocha. Regressando da capital ao Berço da Nação no dia seguinte, tal revestir-se-ia de uma verdadeira apoteose. Na verdade, "quase desde Santo Tirso, as saudações começaram a denunciar-se pelo número de automóveis que, na estrada, esperavam a passagem do autocarro que a conduzia a equipa para Guimarães. Mas a apoteose verificou-se ao cimo da Avenida D.Afonso Henriques, onde se concentrava uma multidão que vitoriou responsáveis e dirigentes da forma mais afectiva. Tanto obrigou uma volta ao Toural, para depois, no Restaurante Jordão, se efectuar um jantar de confraternização a que se associaram, para além dos dirigentes do Clube, numerosos associado e o Ilustre Presidente da Câmara..."
O Vitória vivera a sua primeira experiência nos States...