O torneio organizado pelo Varzim será um dos clássicos do Verão vitoriano e vimaranense, atento as vezes em que o conjunto do Rei se desloca na pré-temporada à cidade balnear para retocar o que tem por necessário para a temporada que se avizinha.
Já o Notícias de Guimarães, em 1935, escrevia que a cidade da Póvoa de Varzim levava a que os vimaranenses sofressem "de monomania hereditária da Póvoa, e a escolhe, entre outras, para a sua estância balnear", a propósito de um jogo entre as equipas do Varzim e do Vitória em que a equipa vitoriana, para além do oponente em campo, encontrou outros dois adversários: a tradicional nortada poveira e uma inesperada hostilidade dos adeptos da casa.
Porém, como dissemos, tornou-se tradição o Vitória deslocar-se à Póvoa na preparação das suas temporadas, como sucedeu em 1938, quando conquistou o tricampeonato distrital, em que um torneio contra o Sporting da Póvoa fez com que se escrevesse que “é hoje o DIA DE GUIMARÃES, na Póvoa de Varzim, para onde às primeiras horas da manhã e em comboio especial partem centenas de vimaranenses."
Como se comprova, desde sempre os jogos na Póvoa de Varzim tiveram um encanto especial. Tal sentimento passaria a ser exponenciado na década de 80 do século passado, com o Troféu de Verão disputado na cidade balnear, no recinto do Varzim encostado ao mar. Na verdade, por esses anos, era quase um ritual. Ir à praia experimentar o gélido mar atlântico condimentado pela tradicional nortada, para à hora do jogo rumar ao estádio, para ver, algumas vezes, pela primeira vez na temporada a equipa do Vitória.
Foi assim, por exemplo, em 1986/87 na antecâmara de uma inesquecível temporada, encetada com o triunfo que a fotografia documenta.
Terá sido assim por outras vezes, até 2017, quando, depois da equipa A ter conseguido vencer o primeiro jogo, entrou a equipa B em acção na final para bater o Belenenses por quatro bolas a uma, com dois golos de Dénis Martins, de Areias e de João Correia.
Porém, merecerá destaque o triunfo no torneio do ano anterior, destinado a celebrar o centenário do Varzim. Novamente com a equipa B a disputar a final, desta feita frente ao Rio Ave, depois da principal no dia anterior ter batido o Chaves no desempate por pontapés de grande penalidade, o jogo não começou da melhor maneira. Na verdade, os vilacondenses chegaram a uma vantagem de dois golos para Dénis, Bence Biró e Kiko darem a volta ao resultado.