O TONI DE SLAVONSKI BROD, MAS QUE PODERIA SER, PERFEITAMENTE, DE CREIXOMIL OU DE AZURÉM...

Confesso uma coisa.
Se tivesse de montar uma equipa de futebol, para defesas centrais (pelo menos um) a escolha seria óbvia: um tipo duro, com cara de mau e que não tivesse medo a nada. Poderia nem ter outros atributos, mas ser "teso e com eles no sítio", como o povo costuma dizer, tinha de estar entre os principais atributos.
Ao escrever isto, não esqueço defesas centrais plenos de "souplesse" e de classe que o Vitória já teve e que jogavam como se estivessem sentados no sofá da sala como Geromel, Tapsoba e tantos outros.
Mas, a verdade é que, provavelmente, os tempos que correm não se compadecem com essa extraordinária classe. São tempos de combatentes, de homens duros, de uma coragem superlativa e sem medo de nada... são tempos de Toni Borevkovic a comandar a defesa.
Depois de, surpreendentemente, ter ganho uma segunda vida com Álvaro Pacheco ao leme, nunca mais perdeu o lugar. Sem medo de nada, a olhar nos olhos dos adversários, tem conseguido ser o líder incontestado de um sector que, por opção, quer por contingências físicas tem sido obrigado a reinventar-se.
Mais do que isso, percebeu com facilidade os valores vitorianos... o modo, como na Pedreira, enfrentou a bancada, defendendo o seu colega Bruno Gaspar estendido no chão e realizando mesmo uma defesa - ainda que pouco ortodoxa, mas para isso está lá Bruno Varela - de um projéctil, evitando que acertasse no atleta prostrado no chão, fez-nos perceber uma coisa. Mais do que a qualidade, embebeu os valores vitorianos e sente a importância dos momentos como se o Toni fosse de António e não tivesse nascido na Croácia, mas ali em Creixomil ou em Azurém. E, de certeza, um dia que parta, será mais um como Soudani, Davidson, Jota a vibrarem com aquele símbolo que, para eles, tornou-se tão especial..
É o croata de Slavonski Brod, mas que, cada vez mais, é o Toni do Vitória!

 

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