A fotografia que se encontra no topo das imagens data de 1912 e refere-se ao Teatro D. Afonso Henriques.
Situado perto da Campo da Feira, foi a primeira sala de exposição cinematográfica permanente da cidade, tendo sido edificado em 1853. Como escrevia o Diccionário do Theatro Portuguez de 1908, da autoria de Sousa Bastos, "... Possue dois gabinetes fechados, vistas bosque, jardim, mar, cárcere, praça, casa pobre, inferno, casa régia... Tem 38 camarotes em 3 ordens, 176 logares de platea e 60 de galeria. Já ali tem representado todas as companhias de Lisboa e do Porto e algumas hespanholas."
Porém, o inexorável decurso do tempo e o desmazelo no seu tratamento, haveriam que já em 1919, no jornal Gil Vicente, se escrevesse que "... ora acontece, que este pardieiro não oferece garantias contra um desastre. Além de não possuir nada, absolutamente nada do que deve exigir-se a uma casa que se destina a espectáculos, tem actualmente o inconveniente sério de não mostrar uma tábua que não tenha sofrido a acção da velhice. Tudo aquilo esta pôdre..."
Quase em simultâneo, o empresário Luiz do Souto tinha instalado o Vimaranes Cine no edifício do antigo teatro, demonstrando o seu espiríto visionário. Na verdade, seria sua ideia de transformar a praça de touros num gigantesco cinema ao ar livre.
Antes de surgir o Teatro Jordão, o Teatro D.Afonso Henriques encarregava-se de oferecer os produtos culturais aos vimaranenses...