Provavelmente, o símbolo maior de Guimarães!
A estátua de D.Afonso Henriques, pai da pátria e que de Guimarães partiu para conquistar um território.
Na verdade, depois de algumas propostas apresentadas pelo escultor António Soares dos Reis, segundo a tese de mestrado de Anabela Viana Dias, com o título de " Guimarães nos finais do século XIX: o monumento-estátua a D. Afonso Henriques (1882-1887), "o escultor e o arquiteto chegam no dia marcado a Guimarães para procederem à assinatura da escritura. Com efeito, no dia 2 de setembro de 1885, em Guimarães, na rua Nova de Santo António, os representantes da comissão responsável pela construção do monumento a D. Afonso Henriques, António Coelho da Mota Prego (presidente) e Manuel Ribeiro Faria (tesoureiro), na qualidade de primeiros outorgantes e António Soares dos Reis (professor de escultura da Escola de Belas Artes do Porto) e José António Gaspar (arquiteto e professor da Escola de Belas Artes de Lisboa), na qualidade de segundos outorgantes, apresentam-se para a assinatura do contrato entre ambas as partes."
A partir daí, começaria um trabalho que teve a sua inauguração a 20 de Setembro de 1888 pelo Rei D. Luís, tendo a sua primeira localização onde hoje é o Largo de São Francisco, sendo a obra levada a cabo graças a uma campanha de angariação de fundos levada a cabo em Guimarães...e no Rio de Janeiro.
Merecerão realce as palavras do Rei, aquando do momento em que a estátua foi dada a conhecer aos vimaranenses: "A erecção da estátua ao homem que fez Portugal é o saldo honroso de uma dívida paga, embora tardiamente, depois de sete séculos, por um povo brioso. Neste dia soleníssimo, outra festa se comemora: a festa do trabalho o do progresso; mas por isso mesmo mais realce dá à comemoração do rei cavaleiro, que proclamou e fundou com a fé e com a espada a independência nacional.
O povo português, representado pelos habitantes de Guimarães, paga esta dívida ao grande rei significando ao mesmo tempo que, se no peito dos portugueses daquelas eras e nas veias daquele rei valente e corajoso, corria o sangue de bons e verdadeiros portugueses, também no peito e nas veias dos portugueses de hoje estua o sangue dos valorosos que sabem manter e defender a honra e a independência nacional.”
Além desse local, conheceu ainda outras duas localizações: no Toural e em 1940 para onde, actualmente, se ergue imponente e vigilante sobre a cidade.
Curiosamente, existe uma réplica da estátua de homenagem ao Rei Fundador em Lisboa, no Castelo de S.Jorge, sendo uma oferta da cidade do Porto à de Lisboa para ser inaugurada a 25 de Outubro de 1947, no Castelo de São Jorge, por ocasião da comemoração do VIII Centenário da conquista desta cidade.