sábado, 5 de outubro de 2024

O SANTO AMARO... UMA ROMARIA INDISSOCIÁVEL DE GUIMARÃES


"Ir à romaria de Santo Amaro é ir ao encontro dos namorados, dos brilhantes, do movimento, da algazarra, dos bons farnéis e, por vezes, da larga pancadaria, entre os rivais do derriço”, como escreveu Álvaro Nunes no Jornal de Guimarães, a citar Alberto Vieira de Braga.

Na verdade, trata-se da primeira romaria do ano, cujo arquivos históricos nos remetem para 1604, data em que foi construída a capela em Mascotelos que, posteriormente, transformou-se em Igreja Paroquial.

Além disso, bastará consultar as Memórias Paroquiais de 1758 acerca da referida localidade, e citadas no extraordinário blog Memórias de Araduca, levado a cabo pelo Professor Amaro Neves, que remete a feira de gado aí levada a cabo para o século XVII, como já escrevemos. Com efeito, “ali acontecia uma feira de gado quinzenal que já se realizava em 1651. Em 1680, o rei D. Pedro emitiu uma provisão regulando a venda de géneros, com referência especial aos vinhos, na feira de Santo Amaro, com o propósito de evitar distúrbios entre os vendedores. Logo a seguir, o juiz e os vereadores da vila de Guimarães interpuseram um processo na Relação do Porto, com o propósito de levar a feira de gado de Santo Amaro para a vila. Em Abril de 1681, uma nova provisão régia ordenava que se respeitasse a deliberação da Câmara de Guimarães de passar a fazer a feira do gado na vila devido ao grande inconveniente em se fazer no dito lugar de Santo Amaro, onde se praticavam roubos, enganos e descaminhos, e por neste lugar de novo ser mais conveniente ao povo e arrecadação da fazenda real, sem embargo de qualquer sentença que houvesse da Relação do Porto”.

O Santo Amaro, também, merece a referência de Martins Sarmento, na sua obra "Antiqua - Tradições e Contos Populares", em que escreve que "no monte de Santo Amaro tem sido visto de noite e ainda há pouco tempo um vulto estranho: é um vulto duma altura desconforme, vestido duma como alva de padre, mas sem cabeça nem mãos. Traz um guarda-chuva. Como o segura, se não tem mãos? Não se sabe. Sabe-se que não tem mãos e se cobre comum guarda-chuva. Que não tem cabeça também não sofre de dúvida, porque, bem que o guarda-chuva deva cobrir-lhe a cabeça, os que o viram afirmam que ele se volta para um lado e para o outro, deixando ver claramente que é decapitado.(Irmã da Grácia)."

Uma romaria que marca todos os vimaranenses...

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