segunda-feira, 7 de outubro de 2024

O NEGÓCIO CASCAVEL

Em duas épocas tornara-se o ídolo maior dos vitorianos.

Provavelmente, um dos maiores, senão o maior jogador da história do clube.

Temível goleador, numa temporada foi o segundo melhor marcador do campeonato e na seguinte foi mesmo o mais concretizador. Um feito a igualar o de Edmur muitos anos antes e que depois dele ninguém mais repetiu.

Como era possível, Paulinho Cascavel, no final daquela temporada 1986/87, não ser cobiçado pelos clubes nacionais mais capacitados financeiramente?

E verdade seja dita, que jeito poderia dar esse encaixe financeiro para o Vitória, ainda para mais a um ano do final do contrato do ídolo de todos os vitorianos.

Assim, aquele Verão de 1987, no que toca a Cascavel foi escaldante, num duelo entre Sporting e Benfica pela contratação do goleador... uma vez que o FC Porto não pretendia assumir o erro de o ter dispensado para contratar o jovem guardião Best, dando-o como moeda de troca ao Vitória.

Paulinho terá estado, inicialmente, mais perto do Benfica do que do Sporting. Porém, tudo mudaria a 29 de Julho de 1987, já com o jogador integrado na pré-temporada vitoriana. Dias Ferreira, conhecido sportinguista e, na altura dirigente dos Leões, tomou uma medida decisiva. Assim, fez um raid a Guimarães, falou com Pimenta Machado e garantiu o jogador por quatro temporadas, ainda que só viesse a cumprir três, por um valor de 60 mil contos.

A ajudar à sua partida para Lisboa, o facto do próprio jogador ter referido ter só uma palavra, e que, pelo facto, de nunca ter sido contactado pelos directores do Benfica, iria aceitar a proposta do rival verde e branco.

Quanto ao Vitória, além do saboroso encaixe financeiro, da transacção advinha um enorme suspiro de alívio, pois Paulinho seria um jogador livre no final da temporada que iria começar. Além disso, a própria direcção, em comunicado datado de 30 de Julho de 1987, reconhecia que "no aspecto moral e dentro da política que é apanágio desta Direcção, consideramos imperativo de justiça libertar Paulinho Cascavel por ao serviço do Vitória ter mostrado sempre seriedade e dignidade. Não podemos, como sempre o dissemos, cercear a possibilidade de celebração de um contrato que para Paulinho Cascavel conduzirá a um futuro de estabilidade financeira.”

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