Na equipa de 1951/52, treinada pelo húngaro Alexandre Peics, o destaque recaiu em um avançado. Um jovem talento formado no Benfica, e que por no clube lisboeta não ter encontrado espaço, rumou ao Vitória em busca da sua afirmação. Tinha 21 anos, chamava-se António Teixeira... e foi um furacão que varreu a Amorosa!
Numa extraordinária linha ofensiva que contava, também, com Alcino Brioso ou Franklim, foi o jovem que começou logo a dar nas vistas ao estrear-se a marcar na primeira partida do campeonato, frente ao Salgueiros, ainda que o Vitória tivesse perdido, algo que foi rebatido na segunda jornada com um êxito frente ao Barreirense com dois golos do jovem avançado. Por causa, desse bom desempenho, o Notícias de Guimarães, dele, imediatamente disse tratar-se de um "rapaz jovem, bem constituído e que revelou um apego à luta e uma obstinação intensa, tendo pelo predicado final conseguido obter a bola que confirmou o triunfo.”
O segundo triunfo do Vitória só haveria de surgir à sexta jornada, por três bolas a uma, perante a Académica...com um hat-trick de Teixeira, tendo este resultado feliz continuação num triunfo frente ao Benfica, onde o herói destas linhas, também, facturou, o que levou a que imprensa escrevesse que " Teixeira, a confirmar tudo quanto temos escrito: domínio de bola, rapidez, vigor físico e prazer na luta...” Ou seja, a sensação da temporada, fazendo com que todos os olhos sobre si recaíssem.
Porém, o jogo mais lendário do avançado Conquistador haveria de ocorrer na primeira jornada da segunda volta. Frente ao Salgueiros, equipa contra a qual se estreara a marcar, o avançado foi absolutamente demolidor, ao apontar um poker que permitiu que a equipa triunfasse por quatro bolas a uma. A imprensa local, ao comentar o feito, escreveu que "o fogoso avançado centro (...) que com os dez já marcados o põe à cabeça dos melhores marcadores do campeonato que decorre. O seu 2º golo neste jogo foi esplêndido, pois dominou, em fintas e dribblings quatro adversários, deixando dois deles caídos no terreno, e apontou para o melhor sítio.” Absolutamente de entontecer...
Porém, atento à sua juventude, haveria de sofrer uma quebra de forma na segunda volta do campeonato. Tal levou a que o Vitória sofresse na pele essa redução de rendimento, acabando o campeonato no décimo posto entre catorze participantes.
Quanto a António Teixeira, no final da época, tornou-se na mais profícua transferência do Vitória até então, ao ser vendido para o FC Porto por 150 contos, o equivalente a 73000 euros nos dias de hoje.
Nos portistas tornar-se-ia em uma das estrelas da equipa, bem como em internacional português.... Porém, ficará para sempre na história do Vitória por aqueles momentos inesquecíveis. Foram 17 golos em 25 jogos, numa média extraordinária... Tinha sido um furacão avassalador que varrera a Amorosa durante um ano!