A temporada de 1988/89 começara mal. Haveria de entrar nos eixos, ainda que com inacreditáveis solavancos, como a surreal eliminação da Taça de Portugal às mãos do Vasco da Gama de Sines.
Porém, ninguém esperava que aquele triunfo no derby, frente ao SC Braga, a 18 de Fevereiro de 1989, fosse o derradeiro triunfo de Geninho ao serviço do Vitória. Contudo, a partir desse momento, seriam seis jogos sem conhecer o sabor do triunfo com quatro derrotas e dois empates. Assim, se Geninho, pela qualidade do futebol apresentado, nunca caiu nas boas graças e encaixou nos padrões de exigência dos adeptos, com esta série de resultados traçou a sua sentença.
Sentença esse que teve a sua prolacção à passagem da 32ª jornada, numa altura em que o campeonato por ser uma "geringonça aberrante" de 20 equipas, fruto de diversos alargamentos, era disputado durante 38 jornadas. Nesse dia, perante o Boavista, num daqueles jogos que ninguém quer perder, os Conquistadores seriam derrotados por três bolas a duas, numa tarde infeliz do guarda-redes internacional brasileiro, João Leite, chamado a substituir o lesionado Neno.
Para a história, mencionemos a derradeira equipa utilizada pelo técnico que venceu a Supertaça Cândido de Oliveira pelo Vitória: João Leite; Nando, Jorge, Germano, Basílio; Nascimento, René, Roldão, João Baptista; Chiquinho e Silvinho, sendo que segundo o Notícias de Guimarães previa-se uma má exibição, já que "tínhamos reservas quanto ao Vitória. Isto é, no último jogo, frente ao Sporting, o Vitória fez uma boa exibição, portanto, Domingo frente ao Boavista era dia de má exibição. É que e, infelizmente, o Vitória só é o Vitória, semana sim, semana não."
Com a contestação a alastrar, com os adeptos a assobiarem reiteradamente a equipa, com a imprensa concelhia a "desancar" constantemente nas pobres prestações da equipa, seria acordada a saída de Geninho, surgindo de imediato três putativos candidatos a orientar a equipa: Paulo Autuori, que só a haveria de assumir na temporada seguinte, mas também José Romão e Mircea Lucescu, na altura, ainda um jovem treinador, mas já com exigências financeiras tidas como incomportáveis para o Vitória.
Porém, nenhum deles seria escolhido nessa altura, ainda que Paulo Autuori se comprometesse, quase de seguida, mas para a temporada seguinte. Seria Nené, o carismático central que houvera chegado a Guimarães no início da temporada de 1986/87 a assumir a equipa até ao final do exercício, estreando-se com o regresso dos Conquistadores aos triunfos, em Penafiel, por uma bola a zero, com um tento solitário de Chiquinho. Seriam seis partidas, em que a equipa venceria por três vezes, perdendo por outros tantos, e acabando a época.
Ser vitoriano é ser-se exigente...
É apoiar a equipa de modo incessante, mas com a consciência crítica de analisar o que correu menos bem no final da partida.
Porém, momentos haverá, em que, logo após o término da contenda, o desagrado fala mais alto e a manifestação das massas fica para a história.