COMO SE DERAM OS PRIMEIROS PASSOS, NUM ANO DE 1923 DESTINADO A CONFIRMAR OS DESEJOS DE TER UM CLUBE...

A formação do Vitória em 1922 é tranquilamente aceite, ainda que existam algumas publicações mais antigas (inclusivamente do clube) que referem o ano de 1923 como determinante no aparecimento do clube.
Porém, esse ano seria, pelo menos, decisivo na vontade do Vitória encorpar e ganhar substância que lhe permitiu não se tornar num nado morto. Para esse desenvolvimento ser efectivo, foram importantes as reuniões dos entusiastas na Chapelaria Macedo e o interesse de jovens de todos os estratos sociais no novo ente criado, num claro sinal do futuro em que os Conquistadores tornaram-se agregados da totalidade das classe sociais.
Assim, importava organizar o clube, algo que o jornal Voz de Guimarães, datado de 01 de Fevereiro de 1923, dava a entender que estava a ocorrer a organização de uma entidade desportiva, com os diversos órgãos sociais... ainda que não mencionasse a que emblema se referia. Deste recorte, destaque para o facto de se dizer que o presidente era Mariano Fernandes da Rocha Felgueiras, que terá sido escolhido para demonstrar na Associação de Futebol de Braga que o Vitória já tinha órgãos sociais. Outro facto relevante passará por nesta notícia, serem indicados os nomes que pertenciam à Direcção e ao Conselho Fiscal mas sem qualquer indicação à Assembleia-Geral.
A primeira tarefa destes pioneiros passou por conseguir um campo de jogos. Como refere o jornal Lusitânia de Agosto de 1923, "em assembleia geral do Victoria Sport Club de 12 de Julho passado foram nomeados para conseguirem campo para jogos os srs. Avelino F. Meireles, Alberto de Sousa Pinto, António Macedo Guimarães e José Campos de Carvalho, técnico."
Enquanto isso, várias reuniões que decorriam no salão-teatro da Associação da Juventude Católica de Guimarães, onde hoje é o Tribunal de Trabalho, procuravam resolver as questões que iam levantando e que foi conducente a que no jornal A Razão de 05 de Outubro de 1923 fosse feito o anúncio que "Segundo consta, o Victória Sport Club, que se destina muito principalmente à cultura do foot-ball, acaba de se filiar na Associação de Braga, tencionando disputar a 1ª categoria do Campeonato do Minho."
Com tudo a correr sobre rodas, resolveu-se marcar uma Assembleia-Geral, a realizar na Associação Artística Vimaranense, para a eleição dos órgãos sociais para o ano de 1924. Seria neste momento que, como escreveu o jornal A Razão de 23 de Dezembro de 1923, que " entre aplausos e vivas ao Vitória, foram aprovados os Corpos Gerentes para guiar os destinos do Club no ano de 1924". Daí, sairia a escolha de António Macedo Guimarães para presidente, com Alberto Sousa Pinto a liderar a Assembleia Geral e Alfredo Álvaro Ferreira de Brito a liderar o conselho fiscal.
O Vitória começava a ganhar uma estrutura para se afirmar... ainda que, pelo menos até 1931, tivesse de passar por muitas dificuldades.
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