Já aqui escrevemos que, por muitas vezes, as relações entre o Vitória e a AF Braga foram conflituosas. Principalmente, nos primeiros anos da sua existência em que os Conquistadores sentiram que a associação procurava proteger o clube da cidade onde estava sediada.
Porém, não obstante isso, o Vitória realizou o seu caminho quase de mão dada com o órgão associativo, ainda que sempre com dúvidas quanto à boa vontade deste.
Bastará lembrar as razões para não se conhecer a data efectiva de fundação do clube. Na verdade, apesar do aniversário vitoriano celebrar-se a 22 de Setembro, não existe qualquer documento a confirmar o dia. O Vitória não tem, pois, registo! E não tem registo por culpa da associação distrital. Na verdade, quando o clube foi fundado devia cumprir o o artigo 1º da Lei de 14 de Fevereiro de 1907 referente à obrigatoriedade de comunicar em meia folha de papel selado ao Governo Civil de Braga a data de fundação do clube, o seu fim e o regulamento interno, anexando os respectivos estatutos.
Porém, o documento perder-se-ia. Nem nos arquivos do clube ele existe, sendo que o Vitória não teve a argúcia de tentar que alguém no Governo Civil de Braga procurasse o referido documento entre os papéis enviados desde Setembro de 1922 até ao final do ano seguinte.
Tal não sucederia e a dúvida efectiva haveria de permanecer até aos dias de hoje, com o Vitória a ter de apresentar uma data para festejar o seu aniversário.
Apesar disso, outro facto estranho merece realce. Na verdade, apesar da AF Braga só ter sido fundada a 27 de Novembro de 1922 pelos Sporting Clube de Braga, Liberdade e Braga Futebol Clube, o emblema vitoriano aparece como fundador do órgão... ainda que só se tenha efectivamente filiado na temporada seguinte.
Apesar desta filiação inicial, como já escrevemos por várias vezes, fruto de alguns conflitos, bem como a perda do seu campo, o Vitória viu-se na contingência de quase interromper a sua actividade, disputando alguns jogos longe de Guimarães e com a inscrição na AF Braga congelada. Tal realidade prolongar-se-ia até 1931, altura em que a equipa Conquistadora, já com o seu Benlhevai na calha, reactivou a sua inscrição desportiva até aos dias de hoje. Realce para outro facto: a 25 de Abril de 1933, o Vitória enviava um ofício a requerer a aprovação para que o seu equipamento fosse alterado. Pretendia o conjunto vitoriano que lhe fosse permitido actuar com camisola branca com duas riscas horizontais pretas e calção, igualmente, preto. Não duraria, contudo, muito este modelo, como bem sabemos...
A título informativo deixamos aqui os nomes da equipa apresentada, da esquerda para a direita: Plácido, Ricoca, Faria, A.Freitas, Virgílio, Cunha, Xico (mãe-olhe-ela), Hernâni, Fonseca, Manecas, Secândido, Paredes e Constantino.