COMO, POR VEZES, A HONRA DOS VENCIDOS É SUPERIOR À GLÓRIA DOS VENCEDORES... OU COMO NUNCA OS MEIOS JUSTIFICARÃO OS FINS!

Estávamos em 1925.

O Vitória dava os primeiros passos no campeonato distrital da AF Braga, ainda com notórias dificuldades de afirmação. No fundo, eram as dores de crescimento de quem havia começado a competir há pouco, tendo inaugurado recentemente o seu Campo da Perdiz e ainda possuindo uma estrutura rudimentar.

Por isso, aquela participação nesse campeonato regional tinha dificuldades acrescidas, como se vislumbrou na deslocação a Braga para se encontrar com o eterno rival.

Apesar disso, a equipa era capaz de se bater com enorme galhardia e dignidade como sucedeu no final desse ano, contra o rival. Uma partida, que como escreveu o jornal A Razão, de 17 de Dezembro "O Sporting de Braga vence o Victória, após uma exibição violenta."

Como era narrado no corpo da notícia, depois da equipa da casa ter-se adiantado no marcador, "o centro vimaranense consegue driblar as meias defesas bracarenses e marca também o primeiro ponto para o seu Club."

Assim se chegaria ao intervalo, trazendo a segunda parte a violência: "Braga é quem inicia o jogo e a par deste a violência... alguns pinhões, rasteiras e deslealdades; luta desesperadamente pelo desempate e não olha aos meios para alcançar o fim."

Adiantar-se-iam os bracarenses assim no marcador, "e principia a praticar maiores violências o snr. Alberto Augusto" que, anos depois, tornar-se-ia jogador e treinador vitoriano e uma das figuras mais marcantes da história dos Conquistadores. Uma violência que chegou a "faça-se bola da cara de um jogador." Este sairia lesionado, "reina a brutalidade e outro jogador do Vitória abandona o campo." Com os valorosos atletas vitorianos reduzidos a nove, com outros contundidos, o adversário seria capaz de "enfiar 8 bolas nas redes vimaranenses”. Porém, para o fim estava guardado o melhor, já que "o nono ponto é o escárnio supremo daquela bambochata - marcado pelo Half direito do Vitória."

Por isso, concluía-se, ironicamente, "E vivam os desportistas de Braga!", num caso em a honra dos vencidos superou a glória dos vencedores!

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