Já aqui se falou da digressão vitoriana à Venezuela, quando no final da temporada de 1965/66 o Vitória disputou a Pequena Taça do Mundo no referido país sul-americano.
Entre muitas histórias que ocorreram nessa viagem, algumas já aqui contadas, uma deliciosa foi contada por Manuel Pinto no jornal do Vitória de 31 de Outubro de 2000.
Assim, depois da comitiva ter feito as fotografias de despedida no Jardim do Carmo que se tornaram célebres, a comitiva partiu para uma longa viagem que deveria terminar em Caracas.
Porém, a meio da viagem a comitiva descomprimiu dos temores de uma viagem transcontinental com o, ainda, jovem Osvaldinho, a dar os primeiros passos na equipa principal vitoriana. Assim, a meio da longa jornada, uma hospedeira trouxe-lhe uma garrafa de água, como já fizera a grande parte da comitiva vitoriana.
Inopinadamente, o jovem alentejano "virou-se para a hospedeira e disse-lhe: não é isso que eu quero. Quero é água canalizada."
Perante a gargalhada geral, o capitão Manuel Pinto acercou-se do jovem e sussurrou-lhe: "Então, tu queres água canalizada? Queres que se faça uma canalização no avião com esta altitude?"
Tal comprovava algo que sempre foi corrente naquelas equipas e que, como Manuel Pinto, um dos seus elementos mais relevantes, reconheceu nessa entrevista ao dizer que "existia uma grande amizade, porque aquelas equipas, quando entravam em campo, era para dar tudo, era mesmo para suar a camisola."