COMO O VITÓRIA BATEU O BOAVISTA, ULTRAPASSANDO-O NA TABELA, NUM DIA DE GRANDE ACTIVIDADE PARA AS FORÇAS POLICIAIS E ONDE O ÁRBITRO ESCUSAVA DE TER VINDO PARA O QUE FEZ, PARA COMPLETAR UM CAMPEONATO TRANQUILO...


Aquele campeonato vitoriano de 1947/48 foi cumprido tranquilamente. Assim, a equipa de Alfredo Valadas fez uma prova regular, triunfando por 10 vezes em 26 partidas.

Um desses êxitos, e bastante saboroso por sinal, ocorreu frente ao Boavista que permitiu ultrapassar os axadrezados na tabela classificativa na recta final da prova maior do futebol português.

Estávamos a 18 de Abril de 1948, e como escreveu o Notícias de Guimarães dessa altura, que "farta assistência registou no passado Domingo o campo da Amorosa... A acompanhar o grupo portuense veio grande falando de adeptos, alguns dos quais nos deram, pelas ruas da cidade e no campo (...) triste ideia do seu grau de civilização." Assim, teriam papel primordial as forças da ordem, principalmente no campo, já que "logo que surgia um princípio de escaramuça entre assistentes brigões prontamente a acção da polícia se fazia sentir... no lombo dos contendores... É assim mesmo! Os campos de futebol não são rings de box..."

O jogo, esse, foi "emotivo, embora áspero por vezes, porque os grupos, patenteando bastante equilíbrio de forças, não esmoreceram um só momento." Do lado de fora do rectângulo de jogo, existia "uma grande tensão nervosa", com um "um imenso apego à luta." Luta essa que haveria de beneficiar a equipa vitoriana, que alinhou com Machado; Ferreira, Costa; Armando, Curado, Luciano; Franklim, Rebelo, Brioso, Miguel e Teixeira. Assim, os golos de Brioso e de Teixeira selaram um saboroso triunfo por duas bolas a uma, numa partida em que o pior campo terá sido o árbitro, pois, foi "muito mau o trabalho de arbitragem do Sr. João Francisco Vaz de Lisboa - que para isso escusava de ter vindo de tão longe... ", acabando-se a questionar "quando deixarão de aparecer nos campos de desporto homens, que como esse Sr.João Vaz, parecem ter comprazer em irritar toda a gente pela falta de escrúpulo e de dignidade que patenteiam? Quando será isso?" Passaram 76 anos e continuamos a perguntar o mesmo!

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