COMO O JOGO MAIS DIFÍCIL DAQUELA TEMPORADA DE 1986/87, AINDA FICOU AINDA MAIS DIFÍCIL POR CAUSA DA CHUVA E DE UM ÁRBITRO QUE FOI SEMPRE UM GRANDE AMIGO DO VITÓRIA...

Provavelmente, terá sido o jogo mais difícil de uma época gloriosa, em que os vitorianos terão sonhado com o céu dos títulos, para acabarem à porta de todos os êxitos sem neles entrarem.

Por isso, aquele jogo de 12 de Março de 1987, perante o Boavista, no Bessa, terá sido terrível em termos psicológicos. Com o conjunto orientado por Marinho Peres destroçado psicologicamente pelo sonho europeu, depois de tantas alegrias, ter perecido numa quente tarde perante o Borussia Monchengladbach. Mais do que isso, a equipa no campeonato já queria, mas, fisicamente, não podia mais...prova disso, o facto de chegar a casa do clube axadrezado depois de ter jogos sem vencer para o Campeonato, tendo, inclusivamente, perdido o jogo que poderia ter aberto as portas para o título, em casa, perante o Benfica.

Com um cenário tão difícil, para piorar a situação o relvado boavisteiro parecia um autêntico pântano fruto da chuva que caíra intensamente nesse dia. Por isso, segundo o jornal do Vitória de 17 de Abril de 1987, "o terreno não permitia jogo de fino recorte, antes meia bola e força para a frente ou lado, para longe da baliza. Alguns teimavam em jogar com a bola junto à relva, mas a água impiedosamente travava-lhe os interesses."

Não obstante isso, o Vitória pareceu ter descoberto o modo de sarar as feridas muito rápido. Assim, logo no primeiro minuto da contenda, chegou ao golo devido a uma infelicidade do defesa boavisteiro, Queiró, "que procurando atrasar para Alfredo fez a bola entrar na sua baliza. Mérito deste golo para Ademir e Nivaldo que perto de Queiró o obrigaram a este atraso.”

Porém, a equipa composta por Jesus; Heitor, Tozé, Miguel, Rui Vieira; Nascimento, Carvalho, Adão; Ademir, Paulinho Cascavel e Nivaldo, não seria capaz de segurar a vantagem. Ainda que "muito poucos acreditassem no empate, os axadrezados lutavam mas tudo lhes corria mal."

Até que entrou em campo, um "sempre amigo" vitoriano. O juiz Vítor Correia, que na época seguinte iria estar no epicentro do polémico desafio com os axadrezados que foi interrompido após os protestos vitorianos fruto de um golo anulado por este árbitro, foi decisivo no empate axadrezado, já que segundo o Notícias de Guimarães, "o tento do empate foi conseguido em nítida posição de fora de jogo e, portanto, de forma irregular." Assim "foi mais um ponto levado pela equipa de arbitragem. É triste dizê-lo, mas é verdade. Nos últimos jogos, os árbitros impediram que a equipa de Guimarães, pelo menos, somasse, mais três pontos. É obra!"

Seria a confirmação de uma série agónica com a equipa a, apenas, triunfar por duas vezes nas derradeiras sete partidas, impossibilitando-a de chegar mais além...

Postagem Anterior Próxima Postagem