quinta-feira, 3 de outubro de 2024

COMO O BENLHEVAI SE TORNOU A PRIMEIRA CASA VITORIANA, NUM MOMENTO DECISIVO PARA A AFIRMAÇÃO DO VITÓRIA... E ONDE JAMAIS DEVEREMOS ESQUECER O NOME DE CARLOS MACHADO!

Durante dez anos, o Vitória teve sérias dificuldades em sedimentar-se. Tal deveu-se ao facto das dificuldades em encontrar um campo de jogos que permitisse à equipa desenvolver a sua actividade, o que impedia a sua evolução.

Como, também, já escrevemos, durante esse período, o Vitória correu sérios riscos e não fosse o labor incansável de Carlos Machado - o percursor do amor ao Vitória, de forma desinteressada e desprendida, sendo o primeiro a pugnar a divisa de "pelo Vitória e só pelo Vitória - a lutar pelo aparecimento do Campo do Benlhevai, temos sérias dúvidas de como seria o futuro dos Conquistadores.

Porém, como referimos, graças ao incansável trabalho de um homem que faleceu em 1934, demasiado cedo e sem poder ver o desenvolvimento do seu grande amor, levou a que a 24 de Janeiro de 1932 fosse inaugurado o Campo do Benlhevai.

Tratava-se de um pequeno campo, uma "caixinha de fósforos", situada entre a Casa dos Cajatos, a Escola Secundária Francisco de Holanda e a Casa do Proposto na Avenida de São Gonçalo. À esquerda da entrada, junto onde hoje se situa o Centro Comercial Triângulo, situava-se o peão, tendo uma ramada de videira, além dos balneários.

Para a história, ficou a equipa que o Vitória utilizou na inauguração do mesmo, sendo o seu oponente o Salgueiros. Assim: Adélio; Benjamim, Manuel Rita; Armando, Mário, António; Antunes, Velha, Constantino, Camilo e Virgílio.

Escrevia o Notícias de Guimarães, a 01 de Fevereiro de 1932, "Guimarães possúe de novo um campo de jogos e pode dedicar-se à prática dos vários ramos de desporto, de que tanto carece a mocidade vimaranense". Porém, apesar disso, existia o medo que passava que "oxalá o entusiasmo não arrefeça e o público continúe a dispensar à direcção do Vitória Sport Club o concurso que se lhe torna indispensável..." Aliás para garantir a durabilidade do recinto e evitando o que sucedera com o Campo da Perdiz e o Zé Minotes, sugeria "porque não concorre a Câmara com o seu auxílio, expropriando por utilidade publica o campo do Benlhevai, e arrendando-o ela por sua conta aos "clubs" desportivos desta cidade?"

E concluiria como já escrevemos: "Assim, ter-se-ia a certeza que este campo perduraria e que, à falta de recursos, não tornaria a servir de campo agrícola, de centeio e de milho semeado."

O jogo de inauguração, esse, suscitou grande entusiasmo. "Cerca de três mil pessoas" assistiram à partida, sendo o pontapé de saída dado "pela menina Crisanta Machado. Nova e prolongada salva de palmas."

Quanto ao jogo, a superioridade salgueirista seria inquestionável. Pese embora, "os jogadores do Vitória defendem-se com alma, mas esta de nada vale perante a técnica e rapidês dos jogadores portuenses". O Vitória acabaria por perder por seis bolas a uma, cabendo a Constantino a honra de ter apontado o primeiro golo vitoriano numa casa que receberia o início da afirmação vitoriana no panorama do futebol nacional.

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