quinta-feira, 3 de outubro de 2024

AQUELE TIRO DE MENDES, NO ÚLTIMO LANCE DO JOGO FRENTE AO PORTO, PARA A EUROPA...

A temporada de 1969/70 não fora ao nível da antecedente.

O Vitória, órfão de Jorge Vieira, não fora feliz na escolha de Gilberto Carvalho para treinador, recorrendo a Fernando Caiado, como plano de contingência.

A equipa, pese embora essas dificuldades, manter-se-ia na primeira metade da tabela, chegando à derradeira jornada do campeonato no quinto posto da tabela, a dois pontos do quarto classificado, o surpreendente Varzim, e em igualdade pontual com o sexto posicionado, o Barreirense. Nessa última etapa do nacional maior, caberia aos varzinistas rumar ao Benfica, no segundo posto, e já sem hipóteses de roubar a liderança ao Sporting, enquanto o Barreirense deveria viajar ao Belenenses e o Vitória receber o Porto.

Refira-se que, apesar de, nesse ano, os azuis e brancos terem feito um dos piores campeonatos da sua história, classificando-se abaixo do meio da tabela, no nono posto, a verdade é que eram um adversário melindroso e com capacidades, ainda para mais ferido no orgulho por causa de um ano atípico e infeliz.

Assim, nesse dia 19 de Abril de 1970, com os Conquistadores a alinharem com Rodrigues; Costeado, Manuel Pinto, Joaquim, Jorge, Silva; Bernardo da Velha, Peres, Osvaldinho; Zezinho, Mendes e Manuel, segundo o Notícia de Guimarães de 25 de Abril de 1970, a partida "teve a sua importância porque se encontrava a possibilidade do Vitória se fixar na posição a que se guindou." Por isso, gerou-se "dentro do rectângulo uma certa tensão entre todos os sectores para conseguir tão salutar posição."

Porém, durante muito tempo, o entusiasmo e o interesse proveio dos resultados dos concorrentes directos do Vitória. Assim, enquanto o Varzim ia perdendo no Benfica, o Barreirense ia vencendo no Restelo, pelo que o Vitória para conseguir, pelo menos, o quinto posto tinha de ganhar... o que estava a ser difícil, com o empate a zero a parecer amarrado, de forma irreversível, ao placard.

Até que se chegou ao último minuto da partida... e aquele que terá sido o momento mais inesquecível que Mendes "O Pé Canhão" terá vivido de Rei ao peito. Num livre imparável, como tantos que apontou, fuzilou o guardião Rui Teixeira, fazendo o esférico, apenas, parar nas malhas portistas.

O Vitória triunfava no derradeiro lance do jogo, carimbando, de modo inesquecível, o segundo apuramento europeu!


Sem comentários:

Enviar um comentário

COMO A DIRECCÇÃO VOLTOU ATRÁS NO SEU PEDIDO DE DEMISSÃO, GRAÇAS A UM ÓRGÃO DE APOIO, E COMO (COMO TANTAS VEZES TEM SUCEDIDO) O VITÓRIA SAIU FORTEMENTE REVITALIZADO APÓS UMA CRISE!

O jornal Comércio de Guimarães de 26 de Maio de 1950 trazia o anúncio. Iria decorrer uma Assembleia-Geral "afim de ser apreciado o pedi...