COMO NO INÍCIO DAQUELA TEMPORADA 79/80, PRONUNCIOU-SE UMA FRASE QUE DEVERIA SER QUASE A MARCA IDENTITÁRIA VITORIANA E SE PERCEBEU QUE, APÓS A PARTIDA DE MÁRIO WILSON, TUDO SERIA DIFERENTE...

A época de 1979/80 foi a de transição dos Conquistadores para o reinado de Pimenta Machado. Gil Mesquita estava em fim de mandato, mas mesmo assim teve de preparar a equipa, reformulando-a completamente.

Desde logo, viu-se na contingência de encontrar um novo treinador, depois de Mário Wilson não ter terminado a temporada anterior e sido, inclusivamente, em Assembleia-Geral de proibido de treinar o clube para toda a vida. Com a remodelação a ser obrigatória, a aposta recaiu em Mário Imbelloni, um argentino contratado ao Famalicão, e que já tinha trabalhado em Braga e em outros clubes portugueses.

Assim, para este, os objectivos a atingir prendiam-se com "uma classificação que esteja de acordo com as tradições e estrutura do clube", ainda que fosse precoce materializar isso num lugar específico, pois, como referiu em entrevista ao jornal A Bola, "não quero encher a cabeça de ilusões a toda a gente."

Para que isso ocorresse, Adérito Borges, o responsável pelo departamento do futebol, dava a conhecer a existência de uma nova tabela de prémios, bem como o orçamento do clube que, nessa temporada, rondava os 22000 contos, sendo que "se a equipa e a nossa massa associativa nos ajudar, bem como a cidade, não teremos problemas."

Para se atingir esse valor, muito influíam as contratações que passaram por Gregório Freixo que haveria de tornar-se capitão vitoriano, Joaquim Rocha, Tozé (outro futuro capitão dos Conquistadores), Festas e Vítor Manuel, na certeza que se esperava uma temporada em luta pelos lugares cimeiros.

Porém, mais do que isso, como referiu o presidente Gil Mesquita na cerimónia da abertura dessa temporada "não vos obrigamos a ganhar, mas queremos defendido o prestígio do clube!" Uma frase forte, sonante, reforçada pelo facto de referir que "a partir de hoje, devem ajudar os que agora entram no Vitória a integrar-se, a ambientar-se, que é matéria importante."

Na última temporada antes de Pimenta, o clube reformulava-se com a entrada de um novo médico - Alberto Oliveira -, que fora atleta do clube, e que, também, denunciava um facto. Depois de Wilson ter sido durante vários anos, o ideólogo do futebol vitoriano, tudo iria mudar...

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