COMO NA TARDE DE GLÓRIA DE TEIXEIRA, CERQUEIRA SAIU EM LÁGRIMAS PELA INJUSTIÇA DE QUE FOI ALVO...

Estávamos no início de 1952...

O Vitória, orientado pelo húngaro Sandor Peics, ia fazendo uma prova alicerçada na voracidade goleadora de António Teixeira, que, teve a sua tarde de glória, naquele 06 de Janeiro, dia em que os Conquistadores receberam o Salgueiros na Amorosa.

Assim, a alinhar com Silva; Lourenço, Costa; Vieira, Cerqueira, Rebelo; Nuno, Lara, Teixeira, Cerqueira e Franklim, como escreveu o Notícias de Guimarães de 13 de Janeiro desse ano, "o Vitória venceu a partida, mercê da sua maior capacidade global, tendo durante o encontro chamado a si o comando do jogo e procurando finalizar eficientemente, o que conseguiu." Dentro desta eficiência, destaque para o avançado Teixeira que apontou os quatro golos da equipa, fazendo com que, por essa altura, passasse a liderar a tabela dos melhores marcadores da prova. A colocar "a cereja no topo do bolo", o facto do "seu segundo golo, neste jogo, foi esplêndido, pois dominou, em fintas e driblings, quatro adversários, deixando dois deles caídos no terreno e apontou para o melhor sítio."

Uma tarde de glória num triunfo por quatro bolas a uma e que, apenas, ficou ensombrado pelas lágrimas de Cerqueira, expulso injustamente "pois a castigar-se a sua irreflectida acção, também e principalmente o adversário o deveria ter sido." Na verdade, "Cerqueira ao ressentir-se da dor, apenas respondeu a um pontapé desleal dado pelo salgueirista." A reforçar a injustiça de que fora alvo "Cerqueira, praticante de futebol há muitos anos, orgulhava-se de nunca ter sido castigado, sendo bem visível o seu constrangimento ao cumprir a severa ordem."

Sem Cerqueira e com Teixeira a entrar em seca de golos, o Vitória haveria de passar pela fase mais difícil do campeonato com sete jogos sem vencer e onde só empatou em Coimbra, na casa da Académica. Mas isso será outra história...

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