COMO MOMENTOS PARA A HISTÓRIA SELARAM UMA ESTREIA SABOROSA NUMA PROVA EUROPEIA, SENDO QUE A VINGANÇA DEVE SERVIR-SE A FRIO

I - Num horário inadequado para os grandes momentos, o Vitória reencontrou-se perante o adversário que, na temporada passada, cerceou-lhe os sonhos de chegar longe. Um adversário bem estruturado pelo treinador espanhol Albert Riera, mas, indiscutivelmente, com argumentos inferiores ao Vitória.
II - Porém, voltemos ao horário da partida, causado pelo facto dos órgãos policiais terem considerado a partida de alto-risco, considerando que não deveria ser disputado à mesma hora do jogo de amanhã do FC Porto. Ora bem, a avaliação de risco efectuado (estranhamos que a mesma não tenha sido feita antes dos acontecimentos ocorridos hoje na Assembleia da República) considerou a partida susceptível de causar-lhe problemas. Contudo, nas bancadas estavam 10263 adeptos vitorianos e... uma eslovena, a jogadora da equipa de futebol feminino do Vitória, Nina Babncik. O futebol em geral e o Vitória em particular serão sempre os parentes pobres para quem deve olhar para estas realidades com respeito.
III - Entrou bem no jogo, o Vitória, com Samu (uma das novidades no onze de hoje) a aproveitar uma genial jogada de Kaio César para abrir o activo. Era um golo histórico: o primeiro de uma equipa portuguesa na fase decisiva da Liga das Conferências e o primeiro golo da prova neste seu novo formato, que ainda nos deixa dúvidas quanto à sua bondade.
IV - Serenaram, assim, os Conquistadores que, como Tiago Silva referiu no flash-interview no final, exorcizaram os fantasmas. Passaram, deste modo, a controlar o jogo, sendo que o poderiam ter feito de modo mais rápido. Mesmo assim, foram conseguindo criar oportunidades suficientes para ampliarem a diferença no marcador, o que haveria de ser conseguido por outra das novidades da partida. Gustavo Silva deu o melhor seguimento a um cruzamento perto do intervalo e, nesse momento, ficava a certeza que a vingança perante o carrasco da temporada passada estava a um passo de ser concretizada.
V - Na segunda metade, a partida não se alteraria. O Vitória a dominar, o Celje com dificuldades em atacar o último reduto da equipa de Rui Borges. Ironicamente, seria num lance de transição, após um canto adversário, que o terceiro golo haveria de chegar por Tiago Silva. Antes e depois disso, apenas um festival de golos falhados por imperícia, azar ou mérito do guardião adversário.
VI - Porém, no último minuto chegaria o único momento triste da partida: o golo do Celje. Verdade que pouco influiu no destino final da partida, mas numa competição com tantas equipas e tão pouco jogos o goal-average poderá ser determinante. Assim, importará vencer, marcando golos e não os sofrendo. Mesmo assim, registe-se que Bruno Varela, na presente temporada, sofreu o seu primeiro golo ao sétimo jogo e após 630 minutos de imbatibilidade. O que diriam se defendesse as redes de outros clubes?
VII - Terminava o jogo e o Vitória confirmava outro facto histórico. Tornava-se na primeira equipa portuguesa a vencer sete partidas consecutivas numa competição europeia. Fê-lo marcando 20 golos e sofrendo, apenas, um. Quantas manchetes seriam utilizadas se tal feito pertencesse a outros emblemas do futebol português?
VIII - Segue-se o Djurgardens na prova europeia no próximo dia 24. Um desafio difícil mas que os Conquistadores tudo farão para ultrapassar em busca de um objectivo chamado oitavos de final. Mas, antes haverá um sempre apetecível clássico contra o Boavista no próximo Domingo e, ainda, uma eliminatória da Taça de Portugal em Paços de Ferreira. Sempre com ambição, sempre a pensar vencer...
IX - VIVA O VITÓRIA...

 

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