COMO FILIPOVIC, SEM SABER QUE ERA A ÚLTIMA VEZ QUE ORIENTAVA O VITÓRIA NO D. AFONSO HENRIQUES, CRITICOU OS SÓCIOS...

Aquela temporada de 1998/99 estava a ser uma desilusão.

Depois do terceiro lugar da temporada anterior, a verdade é que a partida de Quinito fora suprida por uma aposta de risco, chamada Zoran Filipovic. Este, jamais conseguiria afirmar-se, com a equipa a apenas conseguir triunfar à quarta jornada do campeonato, ainda que com uma estrondosa goleada de cinco bolas a uma ao eterno rival. Contudo, continuaria a ter dificuldades em estabilizar e encadear uma série de resultados condizente com as suas ambições.

Até que se chegou aquela tarde de 06 de Dezembro de 1998, em que o Vitória recebia o Farense com necessidade imperiosa de vencer para o objectivo europeu não ficar ainda mais distante, já que da equipa que na pretérita temporada sonhara com a Liga dos Campeões, apenas, existia a sombra, classificada no décimo primeiro posto da tabela a dez pontos do quinto lugar, ocupado pela surpreendente União de Leiria.

Assim, a alinhar com Pedro Espinha; Quim Berto, Alexandre, Márcio Theodoro, Tito; Paiva, Paulo Gomes, Vítor Paneira; Riva, Gilmar e Evando, segundo o jornal Sport de 07 de Dezembro de 1998, "entrou a jogar deliberadamente ao ataque, porque necessitava de vencer e foi assim que se comportou durante todo o jogo. Em determinados momentos do jogo, a pressão vitoriana chegou a ser mesmo asfixiante".

Apesar disso, a verdade é que a equipa vitoriana era incapaz de criar oportunidades e, concomitantemente, chegar ao golo. Tal levaria a que as bancadas ficassem impacientes e manifestassem a sua indignação pela pouca produção Conquistadora. Como refere a publicação já citada, "neste jogo, os adeptos vitorianos viveram momentos angustiantes e tiveram mesmo reacções de desagrado. A temperatura ambiente estava muito fria e ainda mais frio ia fiando com o desenvolvimento do jogo."

Com as bancadas em ebulição, temeu-se o pior quando Quim Berto foi expulso pelo juiz bracarense Cunha Antunes, a 15 minutos do final. Por estranho que pareça, seria a partir daí que os Conquistadores viveram o seu melhor período, já que "os nervos vieram ao de cima mas tiveram uma componente positiva. (...) Desesperados e trapalhões, mesmo assim, os jogadores vitorianos conseguiram que a bola aparecesse, mais vezes, dentro da grande área algarvia". Porém, com momentos capazes de tirar do sério o mais tranquilo dos adeptos, como "a grande penalidade que Paiva desperdiçou!”

Até que, no último minuto, Márcio Theodoro correspondeu da melhor maneira a um pontapé de canto e selou uns sofridos três pontos, que sem ninguém saber seria o derradeiro dos quatro êxitos que Filipovic foi capaz de conquistar em Guimarães.

No final da contenda, este a sentir que o pavio da paciência vitoriana estava demasiado curto, diria à imprensa que os sócios do Vitória "com o seu comportamento ajudam à estratégia dos treinadores das equipas adversárias. Porque já conhecem a reacção dos nossos associados. Por isso, tentam explorar essa intranquilidade da equipa e dos adeptos. Os sócios do Vitória apoiam a nossa equipa ou são adversários? Peço-lhes que apoiem os nossos jogadores porque eles trabalham muito".

Ainda não sabia, mas era o seu derradeiro jogo no D. Afonso Henriques, pois após dois desaires consecutivos no Funchal e em Campo Maior partiria para dar lugar a Quinito, mas isso já será outra história!

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