COMO EM FARO QUE SE SENTIU QUE AQUELE VITÓRIA ERA (MESMO!) ESPECIAL

Já aqui muito se escreveu sobre a inesquecível temporada de 1986/87.

Já muito escrevemos de um Vitória de autor, a jogar, provavelmente, o mais belo futebol da sua história e a subjugar adversários tidos, teoricamente, como mais fortes.

Porém, a primeira grande demonstração do intenso vendaval de futebol que essa temporada nos proporcionou terá ocorrido em Faro, perante o Farense.

Verdade que já estávamos na quinta jornada. Verdade, também, que o Vitória já tinha vencido em Braga e disputado uma partida épica perante o Porto, em Fafe, que acabara empatada em Faro. E, não será menos verdade que, antes dessa partida no Algarve, a equipa dera uma enorme demonstração de personalidade ao empatar a um na longínqua Checoslováquia, frente ao Sparta de Praga, em jogo a contar para a primeira mão da primeira eliminatória da Taça UEFA. Porém, naquele dia 21 de Setembro de 1986, tudo foi intenso, superlativo, estrondoso...

A alinhar com Jesus; Costeado, Miguel, Nené, Nascimento; Carvalho, Adão, N'Dinga, Roldão; Ademir e Cascavel, o Vitória, segundo o Notícias de Guimarães, da época, "fez gato sapato do seu opositor, o Farense, goleando-o sem apelo nem agravo." Na verdade, os Conquistadores, apesar de terem aberto o activo perto do intervalo, aos 44 minutos, por Ademir, desperdiçaram inúmeras oportunidades durante a primeira parte, mostrando o rolo compressor que era o seu futebol.

Na segunda metade, a magia seria materializada em golos. Seriam três, obra de Adão, N'Dinga e Paulinho Cascavel, sendo "que, a partir de certa altura, o Vitória de Guimarães realizou em ar de treino, demonstrando então a cerca quinze mil espectadores, toda a gama dos seus imensos recursos técnicos. Foi um espectáculo de alta categoria."

O Vitória venceria por quatro bolas a uma, sendo o golo algarvio obtido por César, que já jogara nos Conquistadores

Além do recital vitoriano, o jogo seria demonstrativo das boas relações existentes entre adeptos de dois clubes que sabem o que significam as palavras bairrismo e respeito pelo adversário, já que "toda a gente apreciou a pé firme (o jogo) e aplaudiu de pé a equipa do Vitória quando se retirava para as cabinas. Foi bonito, sem dúvida, ver todo o público entusiasmado com os jogadores minhotos, aplaudindo-os em delírio."

O Vitória dava a entender que a temporada iria ser inesquecível...

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