Falemos de Couteiro. Um dos pioneiros do futebol vitoriano que nos primeiros passos da modalidade em Guimarães desempenhou o papel de capitão treinador.
Apesar de ser novo não Berço do Nação, a sua chegada haveria de causar imensa curiosidade, levando a que, pela primeira vez, um elemento ligado ao clube fosse entrevistado por um jornal. Tal ocorreu no periódico “A Ortiga”, a 15 de Novembro de 1925 na ressaca de uma partida disputada em Barcelos.
Um desafio a que atendendo ao modo como o treinador o classificou, dizendo ter sido "uma vergonha. Podíamos ter perdido com mais honra. Se os nossos avançados tivessem trabalhado", provavelmente, terá tido um resultado que foi incapaz de entrar nas melhores recordações dos vitorianos.
Haveria de concretizar essas duras críticas, dizendo que "trabalharam muito pouco. Um deles chegava a cruzar as mãos nas costas, sem se importar com a bola que eu lhe ia meter nos pés." A sua desilusão era tanta que chegou a dizer que "eu cheguei a dizer ao Armando que se não queria jogar, fosse para fora do campo e ele não saiu".
Haveria de concluir que "há muita falta de disciplina. E depois, é que julgam-se jogadores feitos, o que é pernicioso. Tudo, porém, tem remédio. E se a Direcção me der os poderes de que necessito, há-de o sr. vir a orgulhar-se, como vimaranense, de ter esta terra um grupo que não receará os mais fortes".
Para a primeira "limpeza de balneário" da história do Vitória ir em frente, contava ir "buscar os rapazes de 2ª, que com certeza se não julgam já jogadores e treiná-los", mostrando ainda esperanças no grupo denominado de infantis... o que estaria certo, atendendo a que cerca ano e meio depois haveriam de conquistar o primeiro título da centenária história vitoriana.
Porém, para sempre, ficaria o anúncio da primeira razia no elenco no Vitória pela mão de Couteiro... um homem que passou praticamente incógnito nos livros vitorianos.