O ano de 1927 foi dúplice no que ao Vitória diz respeito.
Na verdade, em Fevereiro desse ano os Conquistadores venceram o seu primeiro grande título, ao garantirem o campeonato distrital de infantis ao baterem o já rival SC Braga por uma bola a zero.
Porém, um mês depois, perceber-se-ia que, apesar da glória, a situação no clube, então ainda conhecido por Sport Club de Guimarães, não era fácil. Em artigo de 16 de Março de 1927 no jornal Pro-Vimarane, afirmava que a causa desportiva iria ser reactivada, "depois do estado verdadeiramente mórbido a que chegou o sport na nossa terra..." Assim, "parece que se querem levantar novas energias capazes de nos levar (...) a triunfos muito honrosos..." Tal devia-se à "ideia de levantar o Sport Club de Guimarães, o Club resultante da fusão dos antigos Atlético e Vitória, que por razões várias ainda não nos deu sinal de vida."
Mas, quase de imediato, perceber-se-ia a vontade dos apaixonados pelas "coisas do sport." Assim, o Echos de Guimarães de 26 de Março anunciava que o clube procurava um treinador, pois "havendo, como há, entre nós, rapazes de boa vontade, com indiscutíveis aptidões, chega a causar mágoa vê-los jogar sem uma orientação definida, à mercê do capricho de cada um." Contudo, não seria aí que a equipa encontraria o seu treinador, só surgindo o mesmo em 1932 com o húngaro Genecy.
Porém, assistiam-se a algumas medidas de cariz administrativo. Como o Pro Vimarane de 16 de Maio advertia que o clube "demitiu de sócios todos os srs.associados, cujas cotas estavam em atraso há mais de quatro meses." Tal denunciava, igualmente, o desinteresse pelo jogo-rei, extinguindo-se uma chama que parecera forte. O último jogo no Campo da Perdiz aconteceria, segundo o Blog Memórias de Araduca, em " 19 de Fevereiro de 1928. Era Domingo Gordo, mas a assistência, o jogo desenvolvido e o resultado foram magros. Defrontaram-se, em desafio amigável, as primeiras equipas do Sport Clube de Guimarães e do Estrela Sport Clube, de Braga.”
A partir daí, tudo ainda ficaria pior... o arrendamento do Campo não era pago e os sócios não se entendiam. O Vitória ficava ameaçado pela extinção e só a paixão de homens como o jogador Bravo ou o empreendedor Carlos Machado salvariam o clube de um destino que se temeu. O Vitória iria vingar até aos dias de hoje, mas isso já será outra história!