Em 1926 foi deliberada a fusão entre o Sport Clube de Guimarães e o Atlético de Guimarães. Tal foi conducente a um período de tranquilidade, principalmente enquanto o clube foi administrado por Heitor Campos.
Tudo mudaria quando este saiu, afundando-se a equipa em situações desastrosa, precipitando-se a colectividade para uma série de factos tidos como preocupantes.
Mudança essa que levou, inclusivamente, a ser perdido o Campo da Perdiz, onde os jogos de futebol se desenrolavam. Importará dar uma nota sobre este recinto, um dos primeiros do futebol vimaranense, que encontrava-se localizado na Atouguia, no local onde, depois, foi erigida a Praça de Touros que deu lugar a uma sucata e onde, hoje, é um complexo habitacional da denominada Rua do Pinheiro.
Como escrevia o Ecos de Guimarães de 06 de Junho de 1925, "depois do trabalho insano que os dirigentes deste Club despenderam com a sua realisação, é justo que o público vimaranense saiba compensar esse trabalho e que acorra ao campo a animar com a sua presença os que não se pouparam a sacrifícios e trabalhos para dar vitalidade a uma terra e crear-lhe um nome dentro do mundo desportivo". Assim realizaram-se duas partidas com a 2ª categoria do Vitória a defrontar o Fafe e a 1ª o Grupo Desportivo Famalicense.
Voltemos, pois, a 1928, aos momentos subsequentes ao abandono de Heitor Campos e à degradação das estruturas do clube. Desde logo, pela falta de disciplina que grassava na equipa, pois como foi escrito pela imprensa a 03 de Maio de 1928, relativamente a uma derrota frente ao Foot-Ball Club de Fafe por cinco bolas a zero, "não tem história este desafio, ou melhor tem uma história tão triste que melhor é não a relatar. E seja dito que a Direcção tem pesadas responsabilidades no que sucedeu, resultante lógica do estado de indisciplina que lavra desde há muito tempo no seu 1º grupo. Todos diziam à boca cheia, antes de se iniciar o desafio, que dentre os jogadores vimaranenses, dois havia pelo menos, que sem brio nem consideração pelas cores do seu club, e por terem passado a noite em claro, não estavam em condições de jogar".
Com estas situações a ocorrerem, aliado a um desinteresse crescente na prática do jogo como é relatado no jornal O Conquistador de 01 de Março de 1928, em que se escrevia na descrição de uma partida frente ao Estrela Sport Club que "perante uma assistência diminuta, devido ao facto de ser Domingo de Carnaval... O jogo desenvolvido pelas duas equipas foi mau", tudo pareceu descambar.
Com efeito, o arrendamento do Campo da Perdiz deixou de ser pago, os associados entravam em conflitos supérfluos e pueris, acabando o clube por ficar sem o seu campo de jogos em Março de 1928. O Vitória iria ter de interromper a sua actividade desportiva, para, posteriormente, retomá-la em modo itinerante em 1931, após uma interrupção de três ano. Fiquemos com as palavras do lendário Bravo, em entrevista ao jornal do Vitória de 30 de Novembro de 1988: "Rapazes como o Virgílio de Freitas, o Secândido, o Benjamim, o Monteiro, o Camilo, o Ricoca, o Mário, o Albano e o Pafúncio, juntamente com outros, não deixaram acabar o Vitória. Foi um período em que a equipa não podia actuar em Guimarães e, portanto, procurava jogar fora. Alguns carolas ajudavam a rapaziada a pagar as camionetas que se fretavam para o Vitória se deslocar ali e acolá e a chama ia-se mantendo".
E, assim, salvar-se-ia o clube para chegar até aos dias de hoje...