Aquela temporada de 1969/70 não estava ao nível da anterior, em que, comandados por Jorge Vieira, os Conquistadores lutaram quase até ao final do campeonato por um inédito título nacional.
A época seguinte que começou sobre a condução de Giba que, fruto de doença, seria substituído por Fernando Caiado, que tinha como missão manter a equipa nos trilhos europeus.
Tal revestir-se-ia de dificuldades acrescidas com a equipa a andar fora desses lugares uefeiros durante grande parte da prova. Por isso, aquele jogo contra o Boavista a 28 de Fevereiro de 1970 tinha especial importância e contava com um delicioso aliciante. Na verdade, após dez anos arredado dos principais palcos futebolísticos do país, tendo mesmo caído no terceiro escalão do futebol português, o conjunto axadrezado estava de volta à divisão maior.
Assim, a alinhar com Rodrigues; Costeado, Manuel Pinto, Joaquim Jorge, Silva; Artur, Peres, Osvaldinho; Zezinho, Ademir e Mendes, os vitorianos enfrentaram um adversário que lutava para não voltar aos escalões onde passara uma década.
O jogo, esse, teria um início frenético com três tentos em nove minutos, com o Vitória a colocar-se a vencer por duas bolas a uma graças aos tentos de Ademir e de Mendes, ainda que, como escreveu o Comércio de Guimarães de 07 de Março de 1970, "o golo dos axadrezados foi fruto duma mão sorrateira que o árbitro fez que não viu." Recompuseram-se os Conquistadores que, ainda antes do intervalo, fizeram o terceiro tento por intermédio de Artur.
A segunda metade seria diferente. "Enquanto os homens do Bessa lutavam, sem técnica mas com genica, os vimaranenses chegavam a uma lamentável desorientação: joguinho de salão, espécie de recreio com o esférico e nada de coisas positivas. Não veio o resultado robusto e poderia ter vindo, clamorosamente, o empate para quem tem medo do abismo." Todavia, concluía-se que "do mal, o menos. Ganhou o Vitória, mas não ficamos satisfeitos." Contudo, o objectivo europeu saía incólume, ainda que só houvesse de ser concretizado na última jornada num dramático desafio... mas isso será outra história!