Estávamos na temporada de 1986/87…
O Vitória arrastava multidões atrás de si. Na euforia da épica jornada de Madrid, Guimarães mobilizou-se para acompanhar a fantástica equipa Conquistadora, comandada por Marinho Peres.
Assim, em Vila do Conde, em pleno Novembro, parecia estar-se no Verão… tal a quantidade de vitorianos que, nesse dia, rumaram ao recentemente erigido Estádio dos Arcos.
Nesse dia, a alinhar com Jesus; Costeado, Miguel, Nené, Rui Vieira; Carvalho, N’Dinga, Adão; Ademir, Cascavel e Roldão, o conjunto vitoriano teria de aguentar as investidas vilacondenses, até no ocaso da primeira metade, Cascavel fazer o que melhor sabia: o golo, numa temporada em que seria o melhor de todos nesse quadrante, ao ponto de vencer a Bola de Prata.
Na segunda parte, o Rio Ave haveria de empatar, até que se chegou aquele momento em que N’Kama haveria de tornar o jogo marcante. Um tiro absolutamente extraordinário, à imagem do que o congolês conseguia fazer, que deflagrou nas redes do guardião Figueiredo, para gáudio da imensa mancha branca que preenchia a bancada.
O Vitória continuava na luta pelo título… e o narrador da história, no auge da puerilidade, por medo de que o conjunto vitoriano não fosse capaz de ter êxito, fez o que jamais fez: não quis entrar na bancada com o pai, preferindo ficar no carro com a mãe… e sem sequer ser capaz de ouvir o relato! Coisas da meninice e que o levaram a jamais ter visto os golos desse triunfo!