O QUE EU ANDEI PARA CHEGAR AQUI - XIII GONÇALO CARDOSO

Naqueles anos era tido como o lateral esquerdo do futuro no Vitória. Rápido, equilibrado entre a defesa e o ataque e com um tiro bombástico que aquecia as mãos aos guarda-redes, Gonçalo Cardoso parecia ter tudo para escrever uma história feliz no Vitória.

Tanto assim era, que desde os 10 anos, altura em que entrou nas escolinhas vitorianas, foi peça preponderante em todas as equipas que integrou. Um talento que teria a confirmação que poderia ser aposta, quando após findo o período formativo, e ter cumprido um tirocínio em emblemas como o Maria da Fonte, Vizela, Limianos e Tourizense foi chamado a integrar a primeira equipa B vitoriana.

Um momento marcante e a certeza de que o Vitória contava e acreditava nele. Ainda que tivesse jogado pouco nesse exercício, a verdade é que aquela noite de 20 de Janeiro de 2013, quando o Vitória venceu o Rio Ave em casa deste, jamais lhe sairá da memória. Foi por pouco tempo, mas, nessa noite, quando substituiu Luís Rocha, cumpriu o sonho que acalentara desde menino: estrear-se na equipa principal... e olhar para o futuro com outros olhos.

Seria, contudo, Sol de pouca dura. Pouco mais jogaria na equipa B, mesmo com a promoção de Luís Rocha ao conjunto principal. Seria assim, na temporada subsequente, em que os 14 desafios disputados, já como capitão da jovem equipa secundária, não seriam suficientes para convencer os responsáveis vitorianos a manterem a aposta no seu contributo.

Seria o pontapé de saída definitivo para uma carreira realizada nos escalões inferiores. Três temporadas no Bragança, outras tantas no Espinho, entrecortadas com uma no Gafanha demonstraram que, provavelmente, um grande talento iria passar ao lado da carreira que se lhe antevia. As passagens subsequentes de uma temporada no Amarante, Leça e Dumiense encarregar-se-iam de confirmar tal realidade.

No ano passado, Gonçalo regressou a Guimarães. No Pro-Nacional da AF Braga representou as cores do Berço, tendo, inclusivamente, apontado um golo no empate a dois frente ao Torcatense, antes de dizer adeus aos relvados.

Aos 34 anos, como tantos talentos vitorianos, orgulhando-se do que fez, poderá questionar o que poderia ter sido, se...

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