Estávamos em 1958...
Pela terceira vez consecutiva, o Vitória tentava regressar ao seu habitat natural, que é e será a Primeira Divisão. Assim, depois de ter morrido na praia nas duas temporadas anteriores, queria-se acreditar que naquele ano é que seria.
Para isso, já na segunda fase do campeonato, importava obter um bom resultado no sopé da Serra da Estrela, frente ao Sporting da Covilhã, um dos mais fortes candidatos a obstarem aos desejos e pretensões vitorianas e que já houvera triunfado na Amorosa na primeira volta desse fase de promoção.
Por isso, como a fotografia documenta, numa altura em que as estradas não eram como são hoje, foram muitos os vitorianos que, munidos de bandeiras, empreenderam tão melindrosa viagem, de modo a serem o suplemento determinante de uma expedição tida como difícil.
Haveriam, contudo, de regressar à Cidade-Berço desiludidos pela derrota por duas bolas a zero, causada, como escreveu o Notícias de Guimarães de 23 de Março de 1958, pelo facto de "o trio de arbitragem reforçou a equipa serrana...", mas, também, facilitada pelas ausências dos avançados Bártolo e Ernesto.
Na verdade, "todos aqueles que estiveram na Covilhã, vieram dizer-nos que a arbitragem influiu decisivamente no seu resultado final. O árbitro do encontro, já há muito tempo metido nestas coisas de dirigir jogos de futebol, não soube ou não quis afastar-se da influência do ambiente caseiro."
Contudo, independentemente disso, o amor ao clube estava sempre presente... e seria ele, no fundo, a resgatar os Conquistadores rumo ao escalão maior do futebol nacional, onde haveriam de se manter durante 48 anos consecutivos.
