COMO, DE REGRESSO A CASA, O VITÓRIA CONQUISTOU UM SABOROSO PONTO DETERMINANTE PARA A FUGA AO ÚLTIMO LUGAR...

Aquele campeonato nacional de 1943/44 até começara bem.

Depois dos Conquistadores terem vencido de modo claro o campeonato distrital, até encetaram bem o nacional ao triunfarem em casa perante a Olhanense e a empatarem frente ao Porto.

Porém, esse desafio haveria de acarretar uma pesada pena para a equipa vitoriana. Com efeito, os incidentes ocorridos após o jogo levaram a que o Benlhevai fosse interditado por um longo período, que originou que o Vitória tivesse de disputar dez jogos consecutivos fora de Guimarães. Deste modo, foram dois meses e meio em que o conjunto de Alberto Augusto actuou fora do seu recinto com efeitos perniciosos à realização de uma boa companha, já que, nesse período, averbaram nove derrotas e, apenas, um empate.

Por isso, aquele desafio disputado frente ao Benfica a 20 de Fevereiro de 1944 tinha tudo para ser considerado um recomeço. Com a equipa de regresso a casa, depois da dura penalização, a esperança era que o Vitória voltasse a ser aquela equipa capaz de afrontar os adversários mais fortes.

Porém, de modo a que o clube não voltasse a ser castigado como fora, urgia sensibilizar os sócios para que adoptassem um comportamento diferente. Assim, antes da partida iniciar-se, o presidente da Assembleia-Geral vitoriana, José Pinto Rodrigues, leu aos microfones uma comunicação em que assumiu que "não quero injuriar os meus conterrâneos, ensinando-lhes a dura lição dos factos", mas que "estão por igual obrigados aos deveres de disciplina." Assim, exortava "ao bom público vimaranense, para que seja o mais directo e interessado auxiliar na manutenção da ordem - aqui e lá fora."

Finalmente, em dia de festa pelo regresso a casa, pediu "para os bravos rapazes do Vitória, que tão disciplinadamente cumpriram um castigo para o qual nada concorreram, que através tão doloroso transe souberam manter, intactos na sua pureza, engrandecidos no seu esplendor, os pergaminhos que enobrecem o Clube que tão abnegadamente servem, para esses - a mais vibrante ovação, que nosso querido Benlhevai, até hoje tenha ouvido."

Seria com esse apoio incansável que o conjunto composto por Machado; Lino e João; Castelo, Zeferino, José Maria; Laureta, Miguel, Alexandre, Ferraz e Brioso entrou em grande na partida, a pressionar o adversário, a criar oportunidades, ainda que nos contragolpes o conjunto lisboeta, também, tivesse obrigado Machado a aplicar-se.

Até que aos 20 minutos da partida, "um ataque dos locais terminou com êxito: Alexandre, dentro da grande área, fez o remate, e César Ferreira, obrigou o esférico a anichar-se mais rapidamente nas redes."  Tal, despoletaria a reacção adversária que chegaria ao empate até ao intervalo.

Contudo, logo no início da segunda metade, "Miguel finalizou bem uma entrega de Brioso, pondo o resultado em 2-1." Tal desencadearia uma nova reacção do conjunto lisboeta, que haveria de igualar o desafio, abrindo-se, posteriormente, um período que qualquer uma das equipas poderia ter vencido o prélio. Tal não sucederia, mas o mais importante estava conseguido: o Vitória estava de volta a casa e voltava a pontuar o que lhe abria esperanças de sacudir definitivamente a terrível espiral onde houvera caído...

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