No dia em que a selecção portuguesa de hóquei em patins tenta conquistar o seu 22º título europeu, recordamos a primeira equipa da modalidade no Vitória. Antes de mais, apresentemos os pioneiros da modalidade no Vitória, presentes na fotografia. Deste modo, em baixo da esquerda para a direita: Mota I e Gualdino. Em cima, em igual ordem: Góis, José Magalhães, Mota II, Mário Dias e Monteiro.
Encetaremos esta história pelo início da década de 50 do século passado, quando um grupo de amigos que se encontrava na pastelaria Docélia, no Toural, inspirados pelos feitos da selecção portuguesa, resolveram criar uma equipa, dando asas à paixão que a maioria dos portugueses nutria pela modalidade.
De imediato, seria constituída uma comissão de angariação de fundos, bem como o Vitória abraçaria de imediato a modalidade, aceitando a que aqueles jovens jogassem com as suas cores e símbolo, sem quaisquer encargos para si.
Ainda sem existir o inesquecível e mítico Rinque da Amorosa, os hoquistas vitorianos viam-se na contingência de treinarem no Parque das Taipas ou na Escola Francisco de Holanda.
Atendendo à precariedade das condições, o início não poderia ser fácil, mas nunca faltava a alegria. Assim, alugavam-se camioneta para levarem os jogadores e os sempre presentes adeptos, em que todos cantavam, festejavam e demonstravam a sua dedicação a um amor comum, chamado Vitória Sport Clube.
Apesar desse amor, o primeiro campeonato disputado, o Campeonato da 2º Divisão Zona Norte (Zona Minho), foi melindroso. Com quatro clubes inscritos, o Académico e o SC Braga,o Turismo Hóquei Caldas das Taipas e o Vitória, ficou na história o primeiro desafio disputado. Sucedeu a 30 de Julho de 1950 frente ao maior rival da história do clube: o SC Braga. Porém, seria um desastre! Com uma preparação deficiente, sem conhecimento táctico e, inclusivamente, com dificuldades em patinar, a equipa vitoriana seria copiosamente derrotada por 16-0. Aliás, conta Manuel Magalhães, nos seus saborosos Ficheiros Desportivos, que "o próprio guarda-redes teve de ser amparado até chegar à baliza, pois nem sequer sabia andar de patins!" O Vitória era considerado como "campeões da simpatia", mas urgia fortalecer a capacidade de dar luta aos demais adversários.
O primeiro triunfo, esse, só haveria chegar em 1952 e, com eles, os primeiros indícios de hegemonia da modalidade na região...mas isso será outra história!