COMO PEDRO MARTINS VIU EM QUINITO UMA INSPIRAÇÃO, AINDA QUE SÓ TIVESSEM TRABALHADO JUNTOS POR, APENAS, UM ANO...

Aquela época de 1994/95 era determinante para o Vitória...

Com efeito, depois de dois anos frustrantes, com as competições europeias a ficarem longe, importava regressar à alta roda do futebol, mas, também, voltar a fascinar os adeptos com futebol ofensivo, de ataque, com golos.

Para isso, a aposta recaiu num homem tido como apaixonado pela vida: Quinito, que tinha como missão construir uma equipa de "futebol mágico", "com toda a carne no assador", sendo estas duas das expressões preferidas do técnico setubalense.

Porém, apesar disso, urgia reforçar a equipa em todos os sectores, e não só o atacante, até porque haviam saído jogadores nucleares como o lateral esquerdo Dimas e o médio defensivo Paulo Bento para o Benfica.

Para substituir este último, chegou do Feirense, onde houvera actuado toda a sua carreira, Pedro Martins. Um médio de boa leitura de jogo, com capacidade de varrer o jogo adversário e começar a fase de construção vitoriana. Uma virtude que haveria de merecer do lendário Quinas, uma curiosa alcunha: O Rabo de Vaca. Um nome origina, mas facilmente justificada pelo facto de, segundo o técnico, o jogador ter de limpar toda a m**** em campo... no fundo, a simplificação das funções do trinco num campo de futebol, numa das tiradas espirituosas e inspiradas de um homem que, cada vez mais, faz falta ao futebol português.

Porém, seria Martins a recordar em outra história, o modo de ser original de um homem, sempre disposto a não deixar os seus jogadores adormecerem ou desmoralizarem. Assim, como narrou ao jornal Record de 28 de Maio de 2019, "A época ia longa e a equipa atravessava uma crise. Estávamos a jogar bem mas os resultados não apareciam. Estávamos no autocarro a caminho de um jogo e ele pegou na sua mala. Procurou entre as meias e os boxers e tirou uma garrafa de champanhe e copos de plástico. Disse-nos: 'Não interessa o que os outros dizem. Tenho a certeza de que vamos ganhar este jogo. Tenho tanta certeza que vou abrir esta garrafa agora para todos bebermos'. Foi apenas uma ou duas horas antes do jogo! Mas creio que todos percebemos a mensagem e acabámos por ganhar"

Um homem que, por isso, como reconheceram no ReportTv de 2016, treinadores que com eles lidaram como Paulo Fonseca, Vítor Oliveira, Dito ou o referido Pedro Martins associava o prazer ao jogo, tirando toda a felicidade do mesmo...a felicidade que, hoje. lhe falta!

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