Vivemos o tempo do politicamente correcto!
O dizer o que pensamos, mesmo sendo perfeitamente explicitado, poderá servir para sermos atacado, por não seguirmos a filosofia dominante.
Em Guimarães, infelizmente, muitos pensam assim....salvo, quando se trata de uma honrosa e gratificante excepção: o Vitória.
Aqui, em Guimarães tem-se gosto em fazer-se a apologia da "aldeia de Asterix". Aqui, em Guimarães, a entrada na família vitoriana é uma espécie de ritual de vinda ao mundo, em que o pai, o avô e o padrinho se acotovelam para serem eles a dar o cartão de associado vitoriano ao novo ser.
Mas, é na cidade Berço, e também, por causa disso, que há a maior taxa de associados com menos de 18 anos. Ir ao estádio do Vitória é perceber da vitalidade do mesmo, com muita juventude nas bancadas, ainda que isso, também, traga os flagelos das novas gerações, já que o sofrimento do jogo, ao invés de unhas roídas e alguns palavrões pedagogicamente reprimidos pelos pais, foram substituídos por uma rápida olhada pelo Instagram para respirar fundo...
Por isso, cada visita dos jogadores vitorianos às escolas (públicas!) é um dia de festa. Os meninos vão poder estar ao lado dos ídolos, tirar fotografias com eles, dizer o quanto os admiram e que, no futuro, sonham ser como eles...
E essa, também, é a função social de uma escola. Perceber a comunidade onde se encontra inserida e respeitá-la. Ajudar a integrar os seus elementos nas instituições mais representativas da sua área, coexistindo com elas. Assumir um papel de estreita colaboração com as mesmas, para, de modo conjunto, engrandecerem a sua área. É isso que tem sido feito pelo Vitória com a belíssima iniciativa "Conquistadores on Tour" que tem levado os ídolos e a filosofia do clube a vários locais, isso até é feito por cada um de nós a cada momento.
Por isso, a iniciativa do Colégio que aqui transcrevemos, apesar de estar no seu direito, só tem de ser lamentada. Porque vai em contraciclo com o que se tem feito e não só em Guimarães, com o Vitória. Porque, apesar de, acreditamos com boa-fé, ir em contra-mão com os valores de apego às raízes e ao que a cidade onde se alojou tem para oferecer.
Compreendemos que nestes tempos ousar seja arriscado... quem viva dos privados, tenha de viver com todos. Mas esses todos, também perceberão que um estabelecimento de ensino só obterá a efectiva implantação no seio da comunidade se a entender e se mesclar nos seus gostos e emoções... não o fazendo, também, estará a tornar-se incapaz de ensinar os seus estudantes do modo mais correcto!

