COMO UMA BANCADA TRAZ TANTAS RECORDAÇÕES DE TEMPOS QUE NÃO VOLTAM MAIS...

Estávamos no início dos anos 90 do século passado...

Para lá de 1991, que foi quando se realizaram as obras de beneficiação do estádio, que ainda não era D. Afonso Henriques, para estar apto a receber o Campeonato Mundial Sub-20 que Portugal seria anfitrião.

Assim, a bancada central, que ainda não era conhecida pelo seu nome actual, ou seja Poente, sofreu obras de beneficiação. Só com lugares sentados e marcados na sua parte central das partes laterais da mesma se sentassem no lugar que tinham por mais confortável, ou ao lado daquele amigo, ocasionalmente, encontrado nesse dia... na sua parte superior ou inferior.

Por isso, naqueles lugares, eram usuais as almofadas para aconchegarem a parte onde terminam as pernas e começam as costas. Um objecto de culto daqueles anos, que quem vibrou com o Vitória por esse tempo terá em casa... seja em branco ou em preto, mas sempre com o emblema do clube como desenhar principal.

Eram os tempos, também, dos vendedores de bancada. Ao invés dos bares, pela bancada cirandava quem procurava fazer uns trocos com um jogo do Vitória. A vender bebidas frescas, chocolates, torrões, para enganar a fome e acalmar o stress do que se ia passando no relvado.

Stress esse que não afectava todos. Quantos meninos, desciam ao ponto inferior da bancada para brincarem com as latas vazias das bebidas, numa altura em que ainda eram permitida a sua entrada? A talhe de foice, até podíamos levar lanche de casa...e guarda-chuva, dando azo à célebre expressão futeboleira, e não só no Vitória, "já não chove, c*****"...

Além disso, o pormenor da alteração das cadeiras dos já mencionados cativos. Ao invés de um monocórdico cor de laranja, quase como de cadeiras de café se tratassem, um toque de personalidade e idiossincrasia ressaltava. Assim, na mancha branca dos cativos distinguiam-se alguns assentos a preto, desenhando um "V." e um "G.", as inicias de Vitória e de Guimarães.

Eram os últimos tempos do "tio, deixe-me entrar consigo", dos cobradores à entrada a certificarem meticulosamente a quota do cartão cuidadosamente plastificado... tempos que não voltam mais!

Postagem Anterior Próxima Postagem