Era o segundo ano que o Vitória disputava o segundo escalão do futebol nacional.
Depois de na temporada anterior, a de 1955/56, a equipa ter ficado às portas da promoção, sendo escandalosamente prejudicada nos jogos de passagem contra a Académica, penúltima classificada da primeira divisão nessa temporada, a seguinte era encarada como mais uma tentativa de regresso ao já considerado habitat natural do clube.
Assim, os homens treinados pelo argentino Tellechea começaram de forma exuberante, averbando, apenas, uma derrota na primeira volta do campeonato, ainda que por uns pesados cinco a um em Matosinhos, perante o Leixões, numa tarde de extrema infelicidade.
Porém, seria um empate a três em Santo Tirso, frente ao Tirsense, a desencadear a indignação das hostes vitorianas, o que levou o Notícias de Guimarães de 02 de Dezembro de 1956 a considerar que "o Sr. Paulo, de Santarém, foi pessoa activa no resultado..." Uma afirmação que era imediatamente concretizada numa generalidade que podia ser aplicada aos dias de hoje. Senão, atentemos: "Nunca, como agora, se tem batido tanto nos árbitros. Antigamente queixavam-se os pequenos clubes da província... Mas presentemente o coro dos protestos, contra os árbitros, é genérico e quase total."
Deste modo, percebemos que o "Sr. Paulo de Santarém, houvera sido o juiz da partida e que o Vitória "foi vítima duma perniciosa arbitragem". Tão prejudicial que "os vimaranenses que, em grande número, se deslocaram à vizinha vila de Santo Tirso, no final do encontro deram bem justificadas largas ao seu descontentamento, pela arbitragem da partida.
Na verdade, o conjunto composto por Lobato; Virgílio, Costa; Cesário, Silveira, Auleta; Bártolo, Barros, Ernesto, Rola e Benje, sentiram bem na pele uma arbitragem que "foi sistematicamente contra o Vitória..." Assim, considerava-se que o critério da partida fora "unilateral, de tal modo que "uma falta passava sem castigo junto da grande área dos tirsenses e era marcada, perto da grande área do Vitória por motivo análogo." Além disso, "viu-se ainda muitas vezes o Sr. Paulo de Santarém, usar do benefício ao infractor, cortando lances que se adivinhavam frutuosos para a equipa vimaranense."
Mesmo assim, o conjunto vitoriano, depois de estar a perder por duas bolas a zero, conseguiria dar a volta ao desafio graças a um tento de Rola e a um bis de Benje, considerando os adeptos que o empate que haveria de, posteriormente, sofrer, "fora forjado, num adoçar de boca para o público da terra."
A caminhada na segunda divisão tinha obstáculos de todo o tipo...