Na fotografia apresentamos uma das equipas mais infelizes da história do Vitória, a de 1956/57.
Na verdade, a disputar nesse ano a Segunda Divisão Nacional pelo segundo ano consecutivo, os Conquistadores orientados por Óscar Tellechea, acabaria a fase de promoção igualada com o Salgueiros e o SC Braga, o que desde logo, a afastou da possibilidade de regressar ao principal escalão do futebol nacional.
A ajudar a esse infeliz desenlace, para além de uma pecaminosa arbitragem de Joaquim Campos em Vidal Pinheiro, bem como a estrondosa exibição do guarda-redes Isaurindo na partida disputada no Algarve, frente ao Farense, muito ajudou o empate caseiro perante os salgueiristas a três na Amorosa.
Um resultado que muito preocupou os vitorianos que sentiram que o sonho do regresso poderia ter sofrido um duro revés, à excepção do dirigente do clube, Hélder Rocha, que no jornal A Bola de 27 de Abril de 1957 era a cara do optimismo. Aliás, tanto que fazia umas curiosas contas que passavam por "o empate que o Salgueiros obteve na Amorosa pode, ao fim e ao cabo, ser mais prejudicial ao Sporting de Braga que ao Vitória."
Uma curiosa conclusão, atendendo a que os Conquistadores após terem escorregado com o popular conjunto de Paranhos, haviam perdido por duas bolas a zero na cidade dos Arcebispos, ainda que justificasse o seu pensamento do seguinte modo: "Bastará, para isso, que Salgueiros e Vitória não percam até final da prova, para que os bracarenses desçam ao 3º lugar. Mas se o Vitória não perder e o Sporting de Braga não ganhar ao Salgueiros, no Porto, somos nós os beneficiados."
Teria, em parte, razão. No dia seguinte à publicação destas palavras, como escreveu o Notícias de Guimarães de 05 de Maio desse ano, "num encontro digno entre amigos dignos", o Vitória venceria por três bolas a duas, destacando-se "a actuação, deveras, brilhante de Ernesto." Com efeito, o brasileiro marcaria dois golos, sendo o outro apontado por Bártolo, numa equipa que alinhou com: Silva; Virgílio, Daniel; Cesário, Silveira, Auleta; Bártolo, Barros, Ernesto, Rola e Benje e que parecia dar azo à profecia de um dos seus dirigentes mais carismáticos.
Porém, as suas contas haveriam de sair furadas. Na verdade, o empate na última jornada em Faro a dois, depois de ter vencido o Coruchense, com um golo solitário do inevitável Ernesto, arruinariam o sonho e as previsões efectuadas... o Vitória iria ter de viver mais um ano nos escalões secundários!