COMO QUINITO FOI DETERMINANTE NA CONTRATAÇÃO DE JOSÉ CARLOS, ENCANTANDO COMPLETAMENTE O DEFESA DIREITO...

José Carlos terá sido o lateral direito mais marcante da história vitoriana. Na verdade, tendo chegado aos Conquistadores na temporada de 1994/95, vestiria de branco até ao final da época de 1998/99, num total de 153 partidas de Rei ao peito.

Porém, para o Vitória poder contar com o acutilante lateral, que com Paneira e Capucho, que nos dizeres de Jaime Pacheco formavam a melhor ala direita da Europa, muito contribuiu Quinito, que foi contratado por Pimenta Machado, na mesma temporada que o antigo jogador do Benfica e que já houvera realizado uma temporada no Estrela da Amadora, integrado no negócio que levara Abel Xavier rumo à Luz.

Na Reboleira, depois de um exercício acima da média, despertaria a cobiça. É o próprio José Carlos, em entrevista à Tribuna Expresso, a assumir que "era para ter sido o Marítimo. Tinha tudo acertado com o Marítimo, mas o Quinito gostava de mim." Tanto gostava que seria o mítico treinador a convencer o presidente Pimenta Machado a interessar-se pelo jogador, desviando-o da Pérola do Atlântico. Acrescente-se que para alívio do mesmo, pois confessou que "o Pimenta Machado, ele telefonou-me, ofereceram-me melhores condições e também não tinha muita vontade de ir para o Marítimo, porque era casado e já tinha filhos. Tinha que ir para a ilha. Quando apareceu o Vitória não hesitei."

Não se arrependeria da escolha realizada, pois Quinito, imediatamente, o haveria de conquistar, pelo seu modo de genuíno de ser, considerando que "a conversa" era o ponto forte dele, chegando ao ponto de dizer que "a forma como preparava os jogos, as conversas que tinha connosco e a relação que conseguia manter com o grupo. Dava muita liberdade, mas muita responsabilidade ao mesmo tempo. Isso criava bom ambiente. Era fantástico, não o esqueço, nunca."

Aliás, tinha-o como um motivador nato, um homem capaz de levar o balneário ao rubro, pois "ele fazia questão em chegar sempre atrasado às palestras. Criava ali uma pressão enorme em nós. Tinha um adjunto que estava sempre muito preocupado a olhar para o relógio. Depois, chegava lá nos jogos mais complicados, e dizia-nos: "Mas o que caras são estas? Vamos para algum funeral? Vamos jogar com o Benfica ou com o FC Porto, eles são iguais a nós!".

Antes disso, "tinha a mania de, antes de começar a palestra, cantar um bocadinho, pôr álcool nas mãos e passá-las pela cara, pelas barbas.", num pormenor a que todos deixava surpreendidos. A verdade é que a coexistência entre ambos seria marcante, com o jogador a cotar-se com um dos elementos mais valiosos dos Conquistadores dessa época.

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